O crescimento dos crimes virtuais e o desafio da inovação e proteção de dados numa economia digital pós pandemia

Na série britânica “Black Mirror”, é retratado um futuro distópico em que crimes digitais são corriqueiros, com intensa presença de invasões de dispositivo e roubo de dados. Logo, pode-se estabelecer uma correlação com o contexto digital pós-pandêmico, uma vez que, ao decorrer da pandemia, com o processo de digitalização forçada, os cibercrimes atingiram proporções alarmantes e questões como roubos de senhas e dados, clonagens de cartões e ataque às redes sociais apresentaram um crescimento exponencial, transformando a proteção de dados em um desafio perseverante. Portanto, faz-se necessário que medidas sejam tomadas para mitigar a situação.

Primeiramente, é importante destacar que, de acordo com a Fortinet Threat Intelligence Insider, no Brasil, entre janeiro e junho de 2020, ocorreram mais de 2,6 bilhões de ataques cibernéticos. Deste modo, é indispensável a existência de políticas públicas que assegurem a segurança dos indivíduos em meios digitais, como prescrito pela lei Carolina Dickman, responsável por criminalizar atos de violação dos dados dos usuários. Contudo, não é o que de fato acontece, visto que não há fiscalização devida quanto ao cumprimento das prerrogativas estabelecidas por esta norma e, por conseguinte, a sociedade torna-se mais sujeita aos golpes virtuais.

Em segundo plano, é válido pontuar que estas adversidades não são enfrentadas meramente por pessoas físicas, empresas também foram acometidas de modo exorbitante. Segundo uma pesquisa realizada pela Tenable, companhia de cibersegurança, 96% das empresas brasileiras tiveram seus negócios afetados por crimes virtuais durante o ano de 2020. A partir disto, é fato que estas atitudes maliciosas prejudicam, inclusive a produtividade da empresa. Visto que, com a regularidade em que são atingidas, os cidadãos tentem a descredibilizar tais estabelecimentos, acarretando no enfraquecimento dos seus negócios.

Em virtude das problemáticas apresentadas, percebe-se a necessidade de uma intervenção vertiginosa. Logo, é dever do Ministério da Justiça e Segurança Pública, órgão responsável por defender a ordem jurídica, dos direitos políticos e garantias constitucionais, exacerbar a fiscalização do cumprimento da lei Carolina Dickman, por meio da uma punição rigorosa daqueles que corromperem tal norma, com o fito de amenizar o crescimento das taxas de cibercrimes. Ademais, o Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações deve, mediante à contratação de profissionais do ramo da cibersegurança, erudir a população, em todas as regiões do país, no que concerne à proteção das informações pessoais em meios digitais, com a finalidade de reduzir possibilidades de invasão de dados. Desta forma, a realidade existente em “Black Mirror” será convertida em um cenário fictício.

 

(peço que coloquem nota, por favor 😊)