o crescimento do encarceramento feminino no brasil (retribuo correção)

O crescimento do encarceramento feminino no Brasil é fruto de um país desigual, de uma sociedade pobre e de uma seletividade penal. Ademais, é pertinente mencionar que as mulheres apresentam dificuldades para se inserirem no mercado de trabalho, principalmente se tiverem filhos. Nesse sentido, o tráfico de drogas é visto como uma oportunidade de ascensão social, entretanto ao optarem por esse caminho uma das maiores consequências será a desestruturação familiar.

A priori, é relevante explicar como a pobreza e a desigualdade estão associados a vida criminal da mulher. Segundo o Infopen – Departamento Penitenciário Nacional – o Brasil tem a quarta maior população carcerária, oriunda do quadro de pobreza das mulheres, que é o fator determinante para o ingresso delas no tráfico. Dessa forma, ao analisar o perfil das detentas no Brasil é notório um padrão: jovem, negra, de baixa escolaridade e com filhos, logo, é perceptível que se uma jovem se encontra nesse cenário, ela buscará o caminho mais eficiente, isto é, o crime. Por fim, seria negligente não mencionar os problemas que apenas as mulheres enfrentam, como por exemplo, jovens que foram obrigadas a realizar o parto algemadas, além disso a maioria das prisões não apresentam estruturas para gestantes e lactantes, tornando o encarceramento ainda mais custoso.

Sob outro viés, vale destacar como a criminalidade pode afetar a família. Nesse contexto, é interessante citar a série “vis a vis” na qual narra a história de Macarena, uma moça que se envolve com um homem de caráter duvidoso, e devido a isso, seu nome é associado a crimes fiscais, logo a vida da jovem e da família desmorona e ambos entram na vida do crime. Não distante da ficção, isso é visível na realidade brasileira, prisões do público feminino efetuadas sem devida comprovação, ocorridas muitas vezes em razão da mulher dividir a casa com o parceiro. Ademais, o encarceramento afeta diretamente a família, como por exemplo se uma mãe solteira é presa, seus filhos passam a alternar a moradia entre abrigos e casas de familiares, além disso, amadurecem sem o apoio materno.

Portanto, com o intuito de reduzir o encarceramento feminino, o Governo deve criar um projeto no qual vise empregar mulheres com baixa escolaridade e baixa renda, mantendo o controle da situação por meio de um aplicativo – guiar os instrutores do projeto; manter os dados das participantes; as trajetórias e talentos – a fim de inserir o público feminino no mercado de trabalho, consequentemente terão oportunidades de prosperar na vida, logo não haverá necessidade de optar pela vida no crime. Além do mais, é necessário que o Estado garanta as condições higiênicas nos presídios, como também, garanta o acesso das mulheres à saúde pública.