O combate ao desperdício de alimentos no Brasil.

”No meio do caminho tinha um pedra. Tinha uma pedra no meio do caminho”. Analogamente, a pedra citada pelo poeta brasileiro Carlos Drummond de Andrade pode ser comparada ao enorme desperdício de alimentos no Brasil. Em 2019, dados apresentados pela Organização das Nações Unidas, demonstraram que cerca de 5,2 milhões de brasileiros não possuem o que comer. Entretanto, os dados não parecem compatíveis, já que, a quantidade de alimentos desperdiçados pelo Brasil poderiam alimentar 13 milhões de brasileiros.

Segundo o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), o Brasil é o sétimo país mais desigual do mundo. O documentário ”Ilhas das Flores”, de Jorge Furtado, retrata o transporte de tomates, para: mercados, residências e descarte. Os tomates considerados impróprios para alimentação, são direcionados à Ilha das Flores para a posterior alimentação dos porcos. Contudo, moradores da Ilha, que na verdade é um aterro, dependem da ”benevolência” dos porcos para alimentar-se, visto que, as mesmas saciam a fome com os restos.

No livro ”Quarto de Despejo – diário de uma favelada”, escrito por Carolina de Jesus e publicado em 1960, narra a árdua vida de Carolina e seus três filhos, na antiga favela do Canindé (SP). A autora descreve suas angústias, dentre as quais, a frequente fome. Em um dos relatos, Carolina conta que bacalhaus apodreciam nas mercearias devido o exorbitante valor. Por conseguinte, vendedores preferiam jogar fora, do que, alimentar alguém de ”graça”.

Logo, para que essa pedra seja retirada, cabe ao Ministério da Agricultura juntamente ao Poder Legislativo, desenvolver uma lei anti desperdício, válidas para: supermercados, feiras, vendas etc. Tal que, será obrigação do estabelecimento doar alimentos com prazos de validade próximos, para que, ONG’s destribuam à famílias necessitadas. Desse modo, esses alimentos além de serem consumidos antes do vencimento, cessaria a fome de milhares de brasileiros.