O combate à violência no trânsito no século XXI

 
O poema ”No meio do caminho”, do escritor Carlos Drummond de Andrade, revela, de forma metafórica, a presença de obstáculos no processo humano. De maneira análoga, a violência no trânsito no século XXI tornou-se ”uma pedra no meio do caminho” da sociedade, haja vista que impede a efetivação do bem-estar social. Nesse sentido, torna-se necessária a adoção de medidas que visem ao combate do impasse.

Em primeira análise, deve-se observar que a falta de uma lei mais severa e de maiores propostas educacionais em relação ao assunto atua como um fator que impede o combate à violência no trânsito no século XXI. Uma vez que os cidadãos brasileiros mexem corriqueiramente nos celulares, ultrapassam os limites de velocidade com frequência e/ou não respeitam os sinais de trânsito, por falta de criticidade e punições mais rígidas, isso faz com que essas atitudes se tornem cada vez mais comuns na população e promove a continuidade da violência nesse meio. Segundo uma pesquisa realizada pelo Observatório Nacional de Segurança Viária, cerca de 90% dos acidentes no trânsito ocorrem por falhas humanas. Tal dado, portanto, é alarmante e esse cenário dificilmente mudará sem uma maior atuação da legislação e da rede de educação brasileira.

Por conseguinte, conforme o filósofo ateniense, Platão, o importante não é viver, mas viver bem. Entretanto, essa não é uma realidade no Brasil, já que, com a problemática, muitos indivíduos tornam-se suscetíveis a sofrer problemas físicos e/ou mentais. Tal fator pode ser analisado através do filme de sucesso ”Dr. Estranho”, no qual o personagem principal sofre um grave acidente de carro e, consequentemente, tem o movimento dos dedos prejudicado, sequelas na coluna vertebral, além de começar a enfrentar questões psicológicas traumáticas. Assim como na ficção, nos dias atuais, nota-se que o impasse gera consequências graves e persistentes na sociedade brasileira.

Faz-se imprescindível, portanto, a dissolução dessa conjuntura. Destarte, cabe ao Governo Federal revisar as leis e punições de trânsito, aumentando as taxas das multas e promovendo uma maior rigidez legislativa, de modo a fazer com que as pessoas pensem seriamente antes de infringir uma lei. Além disso, cabe ao Ministério da Educação, como instância máxima dos aspectos educacionais, promover campanhas nas escolas do Ensino Médio, através de palestras e simpósios, que elucidem a importância do respeito e compromisso no trânsito, de modo a fazer com que os adolescentes desenvolvam maior criticidade sobre a questão e, consequentemente, a violência nesse ambiente se torne cada vez menor. Assim, tais agentes poderão ”ajudar a retirar essa pedra do meio do caminho da sociedade”.