O combate a doenças epidêmicas no Brasil.

A Constituição Federal de 1988 declara que saúde é direto de todos e dever do Estado, que deve garantir a todo cidadão total acesso à saúde. Isso deve ser feito por meio do Sistema Único de Saúde, que se baseia em três princípios: equidade, universalidade e integralidade, garantindo a todas as pessoas o atendimento, independente de sexo, cor ou outras características sociais. porém, ainda hoje, esse sistema não tem sido tão funcional como mostra em seus princípios, causando grandes reflexos no combate a inúmeras epidemias. Diante disso, é válido entender os elementos causadores e os obstáculos que dificultam o combate das doenças epidêmicas no Brasil.

Durante o século XIV, a falta de higiene nas cidades europeias causou a Peste Bubônica, a qual contagiou milhares de pessoas. Atualmente no Brasil, essa realidade não tem sido diferente, pois doenças como dengue, febre amarela e outras vêm mantendo um alto índice de mortes e contágio nos últimos anos. Isso ocorre devido à falta de políticas públicas efetivas, como investimentos em saneamento básico nas cidades brasileiras, o que promove a existência de ambientes insalubres e o surgimento de vetores para a proliferação de inúmeras epidemias. O qual, de acordo com a Agência Nacional das Águas, cerca de 50% da população brasileira vive desprovida de um sistema de tratamento de esgoto, o que evidencia a vulnerabilidade da nação em contrair doenças e permear a continuidade dessas epidemias em seu meio.

Além disso, a criação de uma crença de que as políticas de erradicação de doenças por meio de vacinas não são positivas, têm dificultado a ação do governo contra o aumento dessas epidemias e causado o reaparecimento de doenças já erradicadas no século passado. tal fato pode ser exemplificado por meio da vacina Tríplice Viral, que, segundo o Ministério da Saúde, em 2014, teve adesão populacional de 100%, mas com o crescimento de movimentos antivacina e mensagens “fake news”, principalmente em redes sociais, em 2017, essa adesão caiu para apenas 85%, resultando no aumento de casos como de sarampo, que tem sua prevenção nessa vacina.

Segundo o ativista Martin Luther King, “toda hora é hora de fazer o que é certo”, seguindo esse pensamento, a profilaxia dessas doenças faz-se premente desde já. Logo, cabe ao ministério da Saúde, órgão federal responsável pela saúde pública, por meio dos agentes de saúde das Unidades de saúde da Família, promover o cadastramento de todas as residencias, a fim de localizar problemas de saneamento básico, facilitando a intervenção com visitas de agentes sanitários nesses locais, com o intuito de erradicar esses vetores epidemiológicos. Aliado a isso, ele deve promover ações informativas em diferentes meios de comunicação, como a TV e redes sociais, sobre as campanhas de vacinação, esclarecendo os benefícios da imunização e os riscos da recusa ao tratamento, a fim de facilitar o acesso ao combate das epidemias, pois uma sociedade que não se informa e sem conhece sua história, está condenada a repeti-la.