O Brasil da polarização.

“No meio do caminho há uma pedra, há uma pedra no meio do caminho” cita o poeta Carlos Drummond de Andrade em relação aos obstáculos que impedem o progresso de algo. Análogo a isso, uma das grandes pedras da realidade brasileira é o conflito premeditado como estratégia política no Brasil. Nesse sentido, configuram-se como principais consequências para o revés, a perda da liberdade de expressão e a inconsciência do indivíduo.

Diante desse cenário, é oportuno pontuar que a falta de livre expressão possui íntima relação com o problema. Segundo a Constituição Federal de 1988 – documento situado no topo do ordenamento jurídico – todos os cidadãos possuem o direito de expressar sua opinião. No entanto, o que realmente se vê no cenário brasileiro hodierno, é a intolerância entre opiniões antagônicas, causando a censura forçada de ambos os lados. Assim, o conflito intenso inviabiliza a dissolução dessa conjuntura inaceitável.

Denuncia-se, outrossim, o esquecimento dos problemas sociais que atingem a própria população. Acerca disso, o filósofo mexicano Adolfo Vazquez discorre que as pessoas tendem a seguir uma ideologia externa, perdendo o senso de indivíduo e o significado de bem e mal. Paralelo a essa questão, os brasileiros, ao incentivarem a polarização intensa, acabam negligenciando o cenário ao seu redor e, consequentemente, as questões de ordem pública são deixadas de lado. Deste modo, ações devem ser feitas com urgência para a resolução do impasse.

Em suma, observa-se a necessidade de atenuar os desafios relacionados ao choque de conflitos políticos entre o povo. Logo, o governo em parceria com a mídia devem promover projetos educacionais, através de uma ampla divulgação midiática que inclua debates pacíficos, reportagens, eventos em redes sociais, entre outros. Nesse sentido, o intuito de tal medida deve ser o diagnóstico do espaço político e, posteriormente, a erradicação do óbice. Pois, como afirma Gabriel o Pensador, é na mudança do presente que se pode moldar o futuro.