O aumento dos itens da cesta básica do brasileiro, sua causa e as consequências para a segurança alimentar

Na canção “Aluga-se”, do artista baiano Raul Seixas, nos é apresentado uma crítica ao entreguismo, onde o eu-lírico mostra, de forma bem humorada, o Brasil sendo posto à venda. Quase cinco décadas depois, enquanto enfrentamos uma grave crise global, notamos que nada mudou nesse sentido, e lucrar com estrangeiros continua a ser mais importante que alimentar seu próprio povo, mesmo que este tenha seus direitos garantidos por lei.

Primeiramente, se faz necessário ressaltar que o direito à alimentação é, não epenas moralmente unânime, como também assegurado pela Legislação Cidadã, que no artigo terceiro define como Segurança Alimentar o acesso à uma alimentação rica em nutrientes, diversidade e regionalidade, além de sustentável em vários aspectos. Porém, o recente aumento de preços de itens alimentícios básicos nos vem lembrando que nem todos conseguem usufuir dessa garantia básica, que representa o gasto mais primário de um ser humano, e que ainda assim falta para muitos.

Outrossim, não é novidade que as grandes produtoras agrícolas prefiram obter lucro no mercado externo, dificultando mais o acesso a seus produtos alimentícios, e pesando diretamente no bolso das famílias brasileiras. Aliado à isso, a alta do dólar no mercado mundial foi um dos grandes fatores para este problema, bem como a maior demanda mundial por alimentos, resultado de mais pessoas se alimentando em suas casas. Resultado desses e outros fatores, as pessoas temem o reaparecimento do Dragão da Inflação, como foi nomeado na década de 80.

Se faz necessário, portanto, medidas para combater este problema. O Ministério da Agricultura, aliado a outros órgãos do estado, como o Ministério do Meio Ambiente e o poder legislativo, devem criar incentivos financeiros para população de baixa renda e pequenos agricultores, visando aumentar o poder de compra da camada mais pobre da população, e de uma agricultura comunitária mais forte, através de novas leis e incentivos fiscais, além da criação de um salário básico universal, distribuido aos setores mais carentes da sociedade, ocasionando um aumento de poder de compra e empreendimento destes, resultando em uma economia mais forte. Desta maneira, poderíamos deixar a dura realidade do Brasil de “Aluga-se” para trás, e trilharmos um novo caminho.

[por favor, corrigir nos parâmetros do ENEM]