O AUMENTO DA VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER DURANTE O ISOLAMENTO SOCIAL EM DISCUSSÃO NO BRASIL.

   A violência contra a mulher, é uma prática que se tornou comum e que aumenta a cada dia no Brasil, seja ela por motivos de ciúmes, pelas roupas ou o estilo de vida. Contudo, as agressões começam quando um homem, com pensamentos machistas, acredita que a mulher é seu objeto de posse, e que ela merece ser violentada sempre que o contrariar. Entretanto, com a chegada da pandemia, e consequentemente do isolamento social, esses casos pioraram, já que as pessoas passaram a ficar mais tempo juntas em casa, com o convívio mais intenso, a ansiedade e a tensão, os indivíduos que já eram violentos ficaram ainda mais e uma parcela dos que não eram, desencadearam essa atitude, aumentando o sofrimento das vítimas e dificultando assim a denúncia.

     Em primeira análise, a violência doméstica não é somente visto no cotidiano, mas também ouvido nas letras de músicas brasileiras, como na canção “Se essa mulher fosse minha” do estilo “samba de roda”, em que aparece o trecho “Se essa mulher fosse minha / Eu tirava do samba já, já / Dava uma surra nela / Que ela gritava: Chega / Chega / Oh meu amor / Eu vou-me embora da roda de samba eu vou”. Sob esse viés, fica evidente a “romantização” dessa sugestão de ameaça, a qual está enraizada na sociedade patriarcal brasileira, que a todo momento se utiliza da ótica biológica para sustentar a ideia de “sexo frágil” e subordinar as mulheres as decisões masculinas, como na Grécia Antiga, em que elas eram proibidas de aparecer nas ruas sozinhas e não tinham direitos políticos, sendo limitadas a maternidade e aos afazeres domésticos, conceito esse que é perpetuado até os dias atuais.

   Ademais, as preocupações com o presente momento de crise sanitária, tem provocado uma piora nos índices de irritabilidade e nos acessos de raiva em pessoas com um histórico de agressão, devido a fatores, como as restrições as aglomerações e o impacto econômico, que podem criar barreiras adicionais para deixar um parceiro violento, assim, em abril, houve um aumento de 40% no número de denúncias recebidas no canal 180, com relação ao mesmo mês em 2019, segundo dados do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos. Dessa forma, de acordo com o ativista estadunidense do século XX, Martin Luther King, qualquer um que aceita um ato de crueldade sem contestar coopera com ele, ou seja, é importante que haja o apoio da população na identificação do crime e no ato da denúncia.    

      Portanto, é indispensável que o Poder Judiciário dirija uma atenção especial a celeridade nos julgamentos dos casos de violência contra a mulher que já se apresentam crescentes, inibindo o ânimo dos eventuais agressores e a sensação de que estão à salvo das medidas legais cabíveis, mediante ao desenvolvimento de plataformas anônimas para queixas, como pizzarias ou farmácias, em que seriam usados nomes específicos para se referir a situações de agressão e que quando os termos fossem citados deveriam ser imediatamente encaminhados por mensagem com a localização para a viatura mais próxima do local, objetivando acabar com o quadro de convivência compulsória e diminuir a quantidade de feminicídios.