O aumento da HIV entre idosos no Brasil

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   Nota-se que muitas discussões têm ocorrido acerca do aumento da HIV no Brasil. Isso ocorre porque falar sobre sexo ainda é um tabu e, além disso, a população banaliza essa temática. Nesse sentido, é necessário apontar a negligência estatal e, também, a trivialização da sociedade. Logo, é fundamental remediar essa situação calamitosa para alcançar a plena harmonia social.

   Primordialmente, é imprescindível destacar como uma parcela do Estado costuma lidar com o aumento da HIV no país. Sob esse viés, como declarou Gilberto Dimenstein, em seu livro “O Cidadão de Papel”, as leis brasileiras são ineficientes, visto que, embora apresentem-se completas no conceito, não se efetivam na prática. Uma confirmação disso é a ausência de políticas públicas voltadas para a execução do artigo 5, da Constituição de 1988, o qual assegura o direito à informação. Sob essa ótica, falar sobre sexo ainda é um tabu, então, faltam campanhas informativas para o público idoso, pois, muitas vezes, essas campanhas são destinadas a grupos específicos como – homossexuais, usuários de drogas e presidiários. Por conseguinte, a negligência estatal somada à falta de campanhas informativas gera a exclusão social desse grupo, pois a ausência de conhecimento no que concerne a prevenção e os riscos aumenta o número de HIV entre idosos no Brasil.

   Outrossim, é relevante salientar sobre a trivialização da sociedade no tocante ao aumento da HIV entre idosos no país. De fato, tal premissa se relaciona ao conceito de “Banalidade do Mal” da socióloga Hannah Arendt: quando existe ausência de reflexão, ocorre a naturalização dos problemas. Um exemplo disso é a obra de Séneca, “Sobre a Brevidade da Vida”, a qual descreve sobre como as pessoas, muitas vezes, preferem perder tempo com objetivos sem valor ou sentido. Dessa forma, na contemporaneidade não é diferente, já que ainda é considerado um tabu falar sobre sexo, a população não debate acerca da problemática do aumento da HIV entre idosos no Brasil. Consequentemente, ocorre a naturalização dessa mazela, e, à vista disso, o envelhecimento precoce dos indivíduos acometidos pelo HIV, tendo em vista que o HIV acelera o envelhecimento e causa lesão direta em alguns órgãos, como rins e fígado. Assim, infelizmente, o vírus é, especialmente agressivo em um corpo envelhecido.

   Portanto, o Ministério da Saúde deve criar campanhas informativas por meio de comerciais televisivos. Essas campanhas irão contar com depoimentos de casos reais de HIV entre idosos no país, assim como a prevenção e os riscos a ele atrelados. Dessa maneira, políticas públicas serão criadas para atenuar a negligência estatal quanto ao aumento de HIV entre idosos no Brasil. Ademais, essas campanhas vão facilitar o debate sobre a temática, desse modo, a população irá adquirir mais senso crítico e não mais banalizar essa mazela, como afirmou Arendt.