Em 1808, com a chegada da corte portuguesa ao Brasil, foi instalada a primeira universidade em solo colonial. Apesar de simbolizar o início da intelectualização do país sul-americano, essa construção tardia – que foi iniciada mais de 300 anos depois do descobrimento de terras tupiniquim – evidencia o atraso educativo brasileiro. Um dos principais legados desse descaso, que perdura até a contemporaneidade, é o analfabetismo. Tal problemática é responsável por obstaculizar a integração social dos afetados, agravando, assim, as desigualdades sociais.
Em primeira instância, é imperativo destacar que uma consequência do letramento insuficiente é o isolacionismo diante da coletividade. Esse fenômeno é ilustrado pela vivência de Dora, personagem principal da obra “Central do Brasil”, que escrevia cartas em nome dos analfabetos de sua comunidade, para que eles pudessem se comunicar com suas famílias. Outro exemplo é a impossibilidade de voto dessa parcela da população, que foi impedida legalmente de exercer seu direito democrático até o fim da Ditadura Militar. Como consequência desse entrave a socialização, tem-se uma fragilização das relações sociais, fomentando, assim, o distanciamento dos iletrados. Dessa forma, a marginalização desses indivíduos é agravada, submetendo-os às sombras do sistema brasileiro.
Ademais, cabe ressaltar a consequente intensificação das assimetrias sociais. Em um mundo capitalista e grafocêntrico, a capacidade de leitura e escrita são pré-requisitos para a colocação profissional. Contudo, é imperioso perceber que a parcela da população carente é a mais afetada pelo iletramento, como demonstram os dados do “Mapa do Analfabetismo”, segundo o qual as taxas de desconhecimento da modalidade escrita são vinte vezes maiores entre mais pobres. Nesse contexto, forma-se um ciclo vicioso que perpetua a marginalização dos mais pobres, que, por serem analfabetos, não se colocam no mercado. Por conseguinte, esse contingente populacional não consegue ascender no meio social, condenando seus descendentes ao iletramento.
Depreende-se, portanto, a necessidade de combater o analfabetismo no Brasil. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação, mediante o redirecionamento de verbas e o aumento orçamentário da pasta, investir na criação de programas de letramento, a fim de reverter o quadro vivenciado na contemporaneidade. Em detalhe, os projetos introduziriam, desde a tenra idade, o contato com a modalidade escrita de forma lúdica, de modo que a leitura e escrita tornem-se prosaicas no cotidiano infantil. Somente assim a defasagem educacional, simbolizada pelos 300 anos de espera por universidades brasileiras, será superada nas terras tupiniquim.
karla11
Ótimo, sua redação foi muito bem escrita, usou bastante conectivos parabéns
Depreende-se, portanto, a necessidade de combater o analfabetismo no Brasil. Para tanto, cabe ao Ministério da Educação, mediante o redirecionamento de verbas e o aumento orçamentário da pasta, investir na criação de programas de letramento, a fim de reverter o quadro vivenciado na contemporaneidade. Em detalhe, os projetos introduziriam, desde a tenra idade, o contato com a modalidade escrita de forma lúdica, de modo que a leitura e escrita tornem-se prosaicas no cotidiano infantil. Somente assim a defasagem educacional, simbolizada pelos 300 anos de espera por universidades brasileiras, será superada nas terras tupiniquim.
otima proposta de intervenção