O analfabetismo digital no Brasil (ENEM)

A Constituição Federal de 1988 é um documento que, apesar de recente elaboração, possui representatividade internacional pela sua vanguarda jurídica em garantir que a população brasileira tenha acesso aos direitos sociais elementares, como a educação. No entanto, mesmo diante desse arcabouço normativo, a necessidade de combater o analfabetismo digital no país demostra limitação prática deste código legal, o que acaba por romper a plenitude da sociedade. Nesse sentido, é clarividente que a morosidade do Governo em promover os direitos previstos na constituição brasileira figura como origem da problemática. Assim, não só as disparidades socioeconômicas, como também a negligência estatal aprofunda essa situação calamitosa.

As desigualdades sociais, desse modo, contribuem para a perpetuação do analfabetismo digital na sociedade atual. Isso acontece porque com a falta de poder aquisitivo, advinda de uma má distribuição de capital entre as bolhas sociais, o cidadão médio menos favorecido é privado de bens, como computadores e aparelhos celulares, por não conseguir comprar. Diante do exposto, tais indivíduos não têm a oportunidade de alfabetização nesse âmbito, pois a falta de recursos materiais inviabiliza a educação plena dessa minoria.  Além disso, tal reflexão pode ser confirmada com a afirmação do ator Charles Chaplin, o qual afirma que “precisamos lutar por um mundo em que o progresso leve felicidade para todos”, uma vez que não se pode esperar uma população engajada no meio eletrônico sendo que, nem mesmo mediante ao progresso humanitário, é estimulada na prática a se desenvolver digitalmente.

Ademais, a visão negligente do Estado, nesse viés contemporâneo, fere o desenvolvimento intelectual do corpo social brasileiro. Essa situação surge da falibilidade educacional vivenciada no país, considerando que não há projetos socioeducacionais destinados às classes sociais marginalizadas em relação à ascensão cabal na era digital, cenário advindo do descaso dos representantes públicos associado a dilapidação do poder econômico disponível a educação. Sendo assim, essa conjuntura é analisada como uma infração do “contrato social” na ideologia do filósofo John Locke, pois o Estado não garante que o seu povo desfrute de direitos importantes, como acesso a programas sociais com finalidade educativa.

Portanto, inferem-se ações do Poder Público para mitigar o analfabetismo digital presente no Brasil. Dessa forma, urge que o Ministério da Educação crie, por intermédio de verbas estatais, projetos educacionais com o fito de democratizar e ensinar de forma interativa e presencial indivíduos de todas as idades e condições econômicas os conceitos que engloba o meio cibernético, buscando baixar os índices de analfabetismo. Outrossim, cabe ao Ministério da Economia financiar a implantação de computadores em escolas, para que seja universal o acesso à tecnologia na nação verde amarela.  Quem sabe assim, a educação na pátria deixará de ser apenas um texto constitucional.