O analfabetismo digital entre os brasileiros

Na série televisiva “Mandalorian”, do futurístico universo de “Star Wars”, é narrado a jornada do guerreiro solitário Mandaloriano, em suas missões ao longo do Espaço Sideral. Durante a narrativa, o tal protagonista demonstra não ter confiança aos “droids” – robôs com inteligência artificial avançada –, assim, tendo receio de utilizá-los. Porém após reconhecer seus incríveis benefícios, passa a ter apreço a eles. Fora da ficção, de maneira análoga, vê-se que grande parte da população desconhece os benefícios dos aparelhos digitais: o que, gradativamente intensifica os dados de analfabetismo digital, corroborando tanto para a vulnerabilidade do indivíduo, quanto á ineficiência da cidadania plena.

Primeiramente, é importante destacar que, a falta de acessibilidade é um fator que dificulta cada vez mais os cidadãos a terem contato e proveito do meio digital. Segundo a Aliança Por Internet Acessível, 20% das pessoas com menor instabilidade financeira do país, utilizam 8% de sua renda para comprar apenas 1GB de internet, fazendo com que a pessoa fique limitada e muitas vezes impossibilitada de utilizar essa tecnologia. Esse fato demonstra que, há um deficitário incentivo dos órgãos governamentais a cerca do tema, contrariando o Direito – proposto na Constituição – a inclusão social desse meio, inerente para qualquer cidadão brasileiro e, dessa forma, o indivíduo fica mais suscetível a se tornar um analfabeto digital.

Por conseguinte, isso causa muitas consequências negativas a vida do analfabeto, na qual fica vulnerável ao mundo externo, pois, por exemplo, a maioria das empresas buscam profissionais qualificados com conhecimento na área digital – consequentemente fica excluído e gera desigualdade e exclusão social a sociedade. De acordo com o termo “Atitude Blasé”, proposto pelo sociólogo alemão Georg Simmel: Se a maioria das pessoas agirem com indiferença em meio as situações que ele devia ter atenção, elas permanecerão constantes, ou melhor, não serão resolvidas. Sendo assim, esse pensamento demonstra a excessiva despreocupação de muitos cidadãos com o entrave, o qual acarreta no retardamento da situação dos analfabetos.

Portanto, para resolver a problemática, é mister que o Estado com apoio do Ministério da Educação (MEC) crie, por meio de verbas governamentais campanhas que visem dar apoio e instrução as pessoas que necessitem aprender a utilizar os dispositivos digitais, conscientizando também toda a população a respeito do tema. E, ademais, democratizar o uso da conexão Wifi, instalando-os em áreas públicas de regiões carentes por todo o Brasil, a fim de baratear o custo da Internet. Somente assim, será possível consolidar uma sociedade cada vez mais online e democrática, garantido a cidadania plena a todos os indivíduos – utilizando a tecnologia a seu favor, igualmente ao Mandaloriano e os seus adorados “droids”.