O analfabetismo como uma questão no Brasil

Em conformidade com o contexto histórico da Idade Média, grande parte dos estudantes vinham da nobreza, pois esta camada social possuía recursos para manter seus filhos na escola. Já os camponeses e seus filhos, presos às condições servis e sem recursos financeiros, não tinham acesso a educação escolar, ficando sem saber ler e escrever por toda a vida. Nesse âmbito, perante a perspectiva contemporânea, observa-se a persistência dessa realidade entre pessoas de baixa renda, que não tem acesso a escola e permanecem sem este recurso. Assim, reforçar a importância da inclusão social de pessoas de baixa condição financeira na nossa sociedade é indispensável.

Constitucionalmente, todas as pessoas sem restrições de classe social, gênero, sexualidade, religião ou cor da pele, tem direito aos serviços básicos, dentre eles, a educação escolar. Dessa forma, a mudança da realidade de milhões de brasileiros que não participam desse cenário delegado pela Constituição Brasileira, se torna urgente. Contudo, faz-se notório no nosso cotidiano, que os esforços governamentais para altera-la não são tomados como prioridade, agravando os índices de analfabetismo no país.

Ainda de acordo com a Lei Maior, 25% do orçamento do Estado e 18% de impostos federais e taxas municipais devem ser destinados a instituições educativas. Mas de acordo com o relatório da ONG Todos pela Educação, o gasto do MEC com educação básica em 2020 foi o menor da década. Além da falta de investimento, a pandemia do corona vírus tornou ainda mais distante a possibilidade do analfabetismo não ser mais uma questão no Brasil, já que 13,4 milhões de pessoas ficaram desempregadas e sem condições de pagar uma escola para seus filhos. Esse cenário dificulta imensamente a vida de quem o enfrenta, pois se torna incapaz de ler simples bulas de remédios, rótulos de alimentos, assinar documentos, entre outras atividades.

Logo, faz-se necessário que o Ministério da Educação e Cultura (MEC) desenvolva estratégias econômicas e sociais que incluam os mais carentes nos serviços básicos, em especial o acesso a educação escolar, investindo na melhoria dos recursos de meios de transporte, material escolar e no ambiente da sala de aula, incentivando-os a frequentarem as instituições educativas e a busca por um futuro melhor, através de palestras em comunidades periféricas. Assim, pode-se eliminar o analfabetismo como uma questão a ser discutida no Brasil.