O acesso ao lazer no Brasil

     Na Antiguidade, mais precisamente na Grécia, os povos que lá habitavam costumavam usar o tempo livre, como forma de lazer para caçadas, lutas no Coliseu, atividades artísticas e até mesmo jogos, como os Olímpicos. O conceito de lazer pode ser decifrado de várias formas, mas basicamente é o conjunto de ocupações às quais o indivíduo pode entregar-se de livre vontade, para divertir-se de diversas maneiras. Dessa forma, pode-se observar os diversos locais culturais e turísticos que satisfazem o acesso ao lazer nas terras brasileiras, no entanto isso tem sido uma problemática a essa realidade, por conta do tempo, que de fato, é escasso principalmente à parcela com menor poder aquisitivo e o lugar que também desfavorecem a mesma classe.

     Em primeira análise, é nítido que na Constituição Federal do Brasil, no artigo 6 menciona os direitos sociais sobretudo saúde, alimentação, trabalho, moradia, lazer, etc., como previsto por lei em teoria o lazer é um direito, entretanto na prática isso torna-se um obstáculo. Segundo Bauman e a sua teoria da Modernidade líquida, a sociedade está em constante mudança devido o capitalismo e os adventos industriais paralelos a lógica do consumo, os indivíduos tendem a comprar mais e a trabalhar também, para sobreviverem e pagarem as contas. Logo, as pessoas não possuem tempo para simplesmente passearem ou ficarem atoa com a família e amigos, mas na maioria das vezes que possuem esse tempo descansam a fim de obter energia para o dia seguinte.

     Por outro lado, o Brasil possuí um intenso acervo cultural e turísticos para o lazer, quando esse tempo é alcançado, desde um passeio pelos shoppings, praias, cinemas, ver uma partida de futebol e até ao visitar museus ou monumentos históricos são considerados lazeres. Porém, é importante mencionar que muitos desses locais, com exceção dos lugares culturais e monumentos, nas grandes cidades, estão situados em áreas onde estão pessoas da classe média e alta excluindo a periferia. Então, fica evidente que, a democratização desses locais contribui para que grande parcela não tenha o acesso a tais tipos de lazeres.

     Dessa forma, é notório que precisa de medidas não só governamentais, mas também sociais, para que o acesso ao lazer entre os cidadãos brasileiros seja garantido como um todo e não só por um grupo. O governo Federal a partir de verbas á Secretária Especial da Cultura crie um órgão com profissionais para fiscalizarem se o tempo de lazer é alcançado pelos membros de grandes e pequenas empresas, posteriormente garantir  que a instalação de shoppings, cinemas, estádios, por exemplo em áreas que atenda a demanda de todos, que possam ter valores de entrada e estacionamento abaixados pela metade, para estimular que a comunidade frequentem os locais. À medida que tais propostas são efetuadas, o acesso ao lazer tonar-se-á possível a todos, tal qual na Grécia, onde os povos tinham o tempo para diversão e não só para o descanso.