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Modelo Fuvest: O mundo contemporâneo está fora da ordem?

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Ao vencedor a ordem, ao perdedor a dominação.

     A estratificação social e as relações de poder são imbróglios atemporais da consciência humana, cuja moral implica na ordem do vencedor e o caos ao dominado. Esse viés é evidenciado no livro “Quincas Borba”, do escritor brasileiro Machado de Assis, o qual expõe a sátira filosófica do cientificismo absoluto, Humanitismo, embasado na teoria evolucionista Darwiniana: a ordem natural é o conflito entre indivíduos, a adaptação e sobrevivência dos vitoriosos. Destarte, a teoria humana criada por Borba explica a ordem humana em desordem com o mundo contemporâneo, cuja hodiernidade expõe variadas relações de poder que amplificam o impasse pelo controle de líderes sobre a população e a informação, mas também do caráter ideal do indivíduo na sociedade.

     Em primeira análise, é indubitável que o ideal estatal é de servir à população como mediador da ordem e bem-estar comum, contudo, haja vista o controle dos meios de propagação do conhecimento e da privacidade individual, é capaz que o governo imponha somente o sentimento de estabilidade mergulhado na falsa ordem. Esse cenário é real no livro “1984”, do escritor inglês George Orwell, onde a figura emblemática do “Grande Irmão” observa tudo e todas as pessoas e manipula-as sem qualquer dificuldade por controlar e direcionar informações que perdurem seu querer e ordem perante a explorada população. Por conseguinte, os cidadãos vivem à mercê do vencedor, do controle autoritário e truculento que traz a tirania ao controlador e a desordem ao controlado sem qualquer reação do subjugado.

     Outrossim, a manipulação do cidadão ao conceito esperado na sociedade atua como ferramenta de ordem à maioria, não obstante, a adaptação forçada do indivíduo alterado fere sua irrefragável moral e austeridade. Sob essa perspectiva, o escritor Anthony Burgess em seu livro “Laranja Mecânica”, expõe a vida truculenta de Alex, jovem criminoso, que para viver em sociedade teve que abdicar do autocontrole de realizar escolhas, a tornar-se um indivíduo manipulado e previsível em prol da ordem social. Dessarte, a vida “orgânica” dos componentes duma nação são reduzidos à desordem subjetiva a fim de que o grupo majoritário identificado como correto seja beneficiado e disponha do bem comum, paz e ordem social, como previsto pelo Humanitismo de Quincas para explicar a ordem natural dos humanos.

     Em suma, a ordem no mundo hodierno é oposta a convivência, privacidade, direitos e morais dos seres humanos, uma vez que a desordem é necessária ao derrotado e a ordem somente ao vencedor, como exposto pelo filósofo Quincas Borba. Assim, a combinação humana causa as relações de poder e as consequências são diversas como o controle, manipulação e remoção de direitos humanos garantidos aos cidadãos, bem como ocorreu a Alex, cuja ordem subordinou-o a se tornar uma “laranja mecânica”. Dessa forma, a desordem mundial contemporânea é a certeza desde o introito do contato humano entre civilizações e somente é a certeza, ordem, ao vencedor, e a dominação acatada ao vencido é também sua ordem incumbida.

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1 Correção

  1. Olá. Boa noite.
    Não estou acostumada a corrigir redações da Fuvest, mas vou tentar te ajudar. Acho que a nota máxima é 50 né? pelo que vi no google.
    Olha, eu não consegui achar nenhum erro, você está de parabéns! fez uma ótima redação! Com bons argumentos e excelentes articulações!

    Critérios de correção da redação Fuvest:

    Desenvolvimento do tema e organização do texto dissertativo-argumentativo = 17

    Coerência dos argumentos e articulação das partes do texto = 16

    Correção gramatical e adequação vocabular = 16

    Nota Final: 49 de 50.

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