No Realismo, estética literária do final do século XIX, o autor Machado de Assis denunciou em suas obras o descaso governamental. Ao ser observado o cenário atual, no que tange à mobilidade urbana, é perceptível que os textos do romancista refletem a contemporaneidade, haja vista que se locomover nas metrópoles tornou-se um problema de difícil solução. Nesse aspecto, cabe discutir os efeitos dessa questão no cenário nacional.
Segundo o antropólogo Roberto DaMatta, a rua é um local de conflito entre os diferentes nichos da sociedade. Isso se explica pela concentração dos serviços nas áreas centrais, enquanto as regiões periféricas possuem infraestrutura debilitada –incluindo no setor de transportes-, considerando que os investimentos governamentais privilegiam os bairros nobres por seus atrativos turísticos que podem gerar retorno financeiro para os cofres públicos. Dessa maneira, a segregação socioespacial é agravada, fortalecendo as barreiras que dividem as classes sociais dentro do meio urbano.
Outrossim, pode-se afirmar que a desvalorização dos modais públicos em detrimento de veículos particulares é um obstáculo ao pleno acesso à cidade no Brasil. Tal afirmativa justifica-se, uma vez que o carro passou a ser um símbolo de status e de ascensão social, caracterizando o pensamento do filósofo Gilles Lipovetsky de que o consumo tem como objetivo a sensação de realização do indivíduo. Com isso, observa-se que um aumento no número de veículos particulares nas ruas, provocando o surgimento de congestionamentos diários que prejudicam o direito fundamental de locomoção dos cidadãos.
Depreende-se, portanto, que a dificuldade na mobilidade nas metrópoles do país é um problema que exige medidas urgentes. Para tal, cabe às secretarias municipais o investimento, por meio do redirecionamento de verbas, a integração dos transportes públicos coletivos. Com essa medida, objetiva-se que o indivíduo consiga locomover-se pela cidade com mais facilidade e rapidez, diminuindo o tempo perdido no trânsito diariamente. Além disso, a oferta de transportes deve ser melhorada nas áreas periféricas, para que os serviços possam abranger a população segregada do espaço central urbano. Sendo assim, espera-se que a contemporaneidade possa se distanciar da realidade de negligência estatal que os autores realistas do século retrasado denunciaram.
ahyesterdayEstudante
Mobilidade urbana em questão no Brasil
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Yane
Oii! Alguns pontos:
INTRODUÇÃO
– Não entendi a relação entre Machado de Assis e o problema, ficou bem vago, parecendo até argumento coringa.
– No final do parágrafo, era esperado que você mostrasse seus argumentos, assim você ganharia pontos na competência de planejamento de texto.
DESENVOLVIMENTO 1
– Parece que você tangenciou o tema, não ficou muito clara a relação entre mobilidade e segregação espacial (pela fragilidade dos repertórios socioculturais, já que a citação do antropólogo não comprovou em nenhum momento o que você disse). Uma dica pra isso não acontecer é sempre repetir alguma palavra ou sinônimo do tema no seu parágrafo, no caso mobilidade ou descolamento urbano
DESENVOLVIMENTO 2
– Faltou aprofundamento. Foi pontuado que o carro é um item de status, por isso o ônibus é desvalorizado. No entanto, no Brasil, os veículos mais comercializados são justamente os carros populares, ou seja, talvez o problema seja realmente o transporte público. A superlotação, a má organização e o alto custo das passagens poderia explicar o impasse.
CONCLUSÃO
– 5 elementos!
Parabéns e continue escrevendo! Presumo que sua nota fique entre 880 e 920.
SheilaAlvesGonçalves
Oi ahyesterday, tudo bem? Espero que sim.
Bom… Vou destacar alguns pontos da sua redação.
Seu texto está ótimo.
Seus argumentos foram coerentes e bem desenvolvidos.
Seus repertórios são válidos e condizem com o tema.
Sua conclusão também ficou muito boa, não identifiquei o DETALHAMENTO,tente dar uma olhadinha nisso.
Você utilizou bem os conectivos e não repetiu muitas palavras.
Você demonstrou dominar a norma culta.
Demonstrou compreender e transpor bem o tema.
Ordenou de forma lógica os fatos e argumentos.
Apresentou uma intervenção clara, inovadora, cidadã e exequível.
Competência 1: 200
Competência 2: 200
Competência 3: 200
Competência 4: 200
Competência 5:160
Nota: 960
Continue escrevendo, você vai longe.