Mídia privada e a problemática das fake news

A mídia e seus respectivos meios de comunicação possuem um poder extremo de manipulação da sociedade brasileira, haja em vista que as noticias transmitidas são tomadas de imediato como verdadeiras pelo público. Reflexo de um país que submete a educação em um segundo plano. Outro fator que contribui para a subnotificação são os patrocinadores que pagam para terem seus serviços divulgados. Já a disseminação das famigeradas “fake News” são o que atualmente integram a verdadeira problemática da criação de um pensamento crítico da sociedade, principalmente a da brasileira. Diante disso, devemos urgentemente corroborar com o combate da desinformação para que nos tornemos um povo de difícil manipulo, mas para isso, não devemos adotar a censura, pois como afirma Voltaire, pensador iluminista, “Posso não concordar com uma só palavra sua, mas defenderei até a morte seu direito de dizê-la”.

Somado a isso, nas últimas eleições que o Brasil realizou, as notícias falsas foram um dos principais pontos abordados em diversos debates. Nesse cenário, segundo uma investigação realizada pela BCC NEWS, o Senado aprovou um projeto de lei que tem como objetivo barrar qualquer tipo de informação falsa. Contudo, devemos ser cautelosos, uma vez que o projeto poderia ser utilizado como ferramenta por empresas privadas para conseguirem o acesso de dados pessoais de diversos usuários sem sua permissão. Como a empresa Google afirma: “é um projeto de coleta massiva de dados das pessoas resultando no aprofundamento da exclusão digital e pondo em risco a privacidade e segurança de milhares de cidadãos”. Isso acarretará problemas dos mais diversos tipos, como o aproveitamento dos planos de saúde em situações delicadas de seus assinantes, pois com os dados em suas mãos, poderiam aumentar o custo do plano de pacientes com sintomas de doenças que casualmente os levariam a ocupar um leito.

Convém ressaltar, a princípio, os problemas que a mídia privada traz ao assinar com patrocinadores, tendo em vista que, por se tratar de uma empresa e não de algo estatal, seus interesses estão centrados na obtenção de lucro. Logo, torna-se inalcançável manter uma imparcialidade diante de constantes pressões de perder ou romper contratos, dependendo da notícia que será passada, podendo ser falsa desde que traga benefícios aos donos dos produtos divulgados. Nesse cenário, percebemos a íntima relação entre mídias privadas e a divulgação em massa das “fake News”.

Infere-se, portanto, que o governo federal deve disponibilizar verbas para imprensas e mídia comunitárias ou estatais com o objetivo de manter uma imparcialidade, livre de patrocínios. Deve-se, também, investir em educação e pesquisa para que tenhamos uma sociedade com pleno pensamento crítico e para que façamos valer a afirmação de Voltaire, desde que suas palavras contenham dados verdadeiros.