Melhor remediar do que previnir

O Brasil vivenciou em 1904 um episódio onde as pessoas tiveram de ser forçadas a se vacinarem contra a varíola em prol da saúde pública. Contudo ainda hoje, 116 anos após este ocorrido, há quem negligencie a única forma de previnir uma endemia.

Em 2018 foram registrados novos casos de sarampo no país, uma doença considerada erradicada em 2016. Neste mesmo ano, o Ministério da Saúde divulgou que 312 municípios estavam com apenas 50% de vacinação contra a poliomielite quando o ideal é 95%. Isso mostra dois principais motivos do retorno das doenças virais: o brasileiro se acomodou pensando estar livre das doenças; ainda há quem crê que a vacina traz a doença.

A série brasileira “O Escolhido” retrata misturado com ficção a realidade de muitas pessoas — principalmente as mais tradicionais — que se negam a vacinar pela mitologia de que a vacina faz mal e é por isso que em muitas campanhas, a da H1N1 por exemplo, um dos grupos mais vulneráveis, os idosos, não se vacinam por causa dos sintomas que se manifestam pós-vacinação.

É necessário, pois, que o Ministério da Saúde promova campanhas de vacinação mais efetivas e que desmistifiquem  essa “teoria da conspiração”. Como disse Éneas Carneiro, só o conhecimento liberta o homem, e explicar de maneira simples o porquê deve-se vacinar, é a única maneira de não se vivenciar futuramente uma nova Revolta da Vacina.