Mecanismos para evitar a reincidência criminal de jovens no Brasil

    No filme “Aves de rapina”, Cassandra Cain é uma adolescente conhecida pela polícia por realizar pequenos furtos, os quais são vistos por ela como uma forma de torna-se independente, já que não encontra nenhum conforto com sua família adotiva. Fora da ficção, essa é uma realidade no Brasil, onde muitos jovens praticam atividades ilegais e reincidem com as mesmas, levantando, assim, a necessidade de medidas para evitar essa problemática, tais como: projetos educacionais nas prisões e separação de transgressores por idade.

    Em primeiro lugar, durante a juventude é comum a tomada de decisões inconsequentes e, por vezes, os jovens podem ultrapassar os limites legais; porém, eles devem ter a oportunidade de serem reinseridos na sociedade, o que precisa ser feito mediante a educação. Sob tal perspectiva, como disse o autor alemão Goethe: “Não há nada mais assustador que a ignorância em ação”, o que deixa claro que a adoção de programas educativos nas prisões é essencial para mudar a visão de vida dos encarcerados. Dessa forma, se apenas cumprirem as penas e voltarem para a mesma realidade ou até para uma pior, visto que poderão enfrentar preconceitos por serem ex-presidiários, é previsível que voltem ao mundo do crime.

    Em segundo lugar, o contato com presos mais velhos que cometeram delitos mais graves pode influenciar negativamente os juvenis. Nesse contexto, segundo o filósofo Rousseau, o homem é bom por natureza e é a sociedade quem o corrompe. Similarmente, os jovens na cadeia podem ser alvos do interesse de traficantes de drogas, sendo seduzidos por atividades que parecem oferecer grandes lucros, mas que na verdade, são apenas um caminho que levará de volta à prisão. Logo, compartimentos exclusivos para uma certa faixa etária são uma ferramenta importante contra o aliciamento juvenil ao tráfico.

    Portanto, a fim de diminuir a reincidência criminal da juventude urge que o Ministério da Segurança Pública crie progamas educativos nas prisões,  por meio do emprego de profissionais da área que administrarão  conteúdos do EJA para aqueles que não frequentaram a escola, além de oferecer cursos técnicos para qualificá-los para o mercado de trabalho. Ademais, esse ministério deve desenvolver mais instituições próprias para jovens infratores, que assim não serão influenciados a continuar no mundo do crime. Só assim, adolescentes, como a Cassadra, encontrarão na educação e não no crime um jeito de mudar de vida.