Manipulação do comportamento do usuário pelo controle de dados na internet

No século XX, conhecido como a “Era dos Extremos”, a base doutrinária estabelecida pelo poeta e dramaturgo alemão Bertolt Brecht afirmava que “nenhum problema nos deve parecer natural, nem impossível de ser mudado”. Sob essa ótica, o atual cenário de manipulação do comportamento do usuário urge por mudanças significativas. Nesse ínterim, infere-se o descaso governamental e a falta de pensamento crítico como sendo, decerto, canalizadores deste panorama.

Antes de tudo, é lícito postular a falta de empenho do governo como estimulador deste revés, no que diz respeito à criação de mecanismos que coíbam tais recorrências. Segundo o pensador Thommas Hobbes, o Estado é o responsável por garantir o bem-estar do cidadão, entretanto, isso não ocorre no Brasil. Devido à falta falta de atuação das autoridades, os internautas não são devidamente protegidos, visto que as normas vigentes são insuficientes para garantir a segurança de dados nas redes sociais, o que leva ao vazamento e a manipulação de informações para construir um comportamento benéfico e lucrativo às grandes empresas.
Ademais, vale ressaltar a importância da conscientização sobre a problemática. Sendo assim, é oportuno assinalar que, conforme o sociólogo Émile Durkheim, a sociedade deve ser analisada de maneira crítica e distanciada do senso comum. Assim sendo, a proposta de Durkheim pode ser aplicada quando se analisa o comportamento dos usuários que não questionam o conteúdo que consomem na internet, tornando o indivíduo vulnerável a alienação, considerando que o questionamento é o caminho para a liberdade de pensamento.
Desta forma, fica clara a necessidade de concentração objetiva em diretrizes que formulem mudanças expressivas. Nesse sentido, o governo, com o Poder Judiciário, por meio da elaboração de leis, deve criar mecanismos legais que proíbam compartilhamento, acesso e a manipulação de dados dos internautas, objetivando garantir maior privacidade e segurança durante a utilização da internet e, paralelamente, evitar a criação de sistemas complacentes com a preferência pessoal de cada usuário. Somente assim, com a visão política de Hobbes e o pensamento crítico de Durkheim, a sociedade brasileira conseguirá mudar suas problemáticas, como postulado de Bertolt Brecht