“Limites entre a estética e a saúde”

O livro “Sociedade do Espetáculo” de Guy Debord manifesta a teoria de que as pessoas vivem em função de apresentar suas vidas para os outros como um “show” perfeito. Tal conceito pouco se difere da realidade, em que principalmente nas mídias sociais, os indivíduos ostentam uma vida idealizada e superficial.
Nota-se, no Instagram por exemplo, uma cultura de influência onde os chamados criadores de conteúdo aparecem sempre impecáveis, gerando nos espectadores anseio por alcançar um padrão de beleza inalcançável. Não só nesse meio, como também, em comerciais de TV, os produtos e serviços estéticos são vendidos como uma espécie de “fórmula mágica” dando a entender que somente quem adquiri-los terá a beleza considerada ideal.
Assim sendo, os influenciados passam a cada vez mais adotar métodos perigosos (que podem prejudicar sua saúde e até mesmo leva-los a falecer) com o propósito de mudar as características físicas que não aceitam neles mesmos, isto é, consumindo remédios sem receita médica, fazendo dietas malucas, cirurgias de alto risco, entre outros. Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse.
É necessário que o Ministério da Saúde crie uma proposta de lei restringindo a compra de remédios, principalmente aqueles que possuem efeitos colaterais, para somente quem possuir receita médica. Ademais, é de suma importância que o mesmo Ministério elabore uma outra norma em que antes de passar por um procedimento de cirurgia estética, o cliente tenha acompanhamento psicológico a fim de tentar conscientizá-lo sobre a imposição dos padrões e ajuda-lo a se aceitar como é. Dessa forma, torna-se possível atenuar os malefícios causados a quem ultrapassa os limites entre a estética e a saúde.