Leitura de uma sociedade correta

    Sobre a perspectiva filosófica de Confúcio, não corrigir nossas falhas é o mesmo que cometer novos erros. Ademais, acreditava ser vital realizar de forma correta os procedimentos nas relações sociais, a justiça e a sinceridade. Conquanto, hodiernamente, percebe-se um equívoco ao analisar a escassez do hábito de leitura entre os jovens, impedindo-os de ter contato com o conhecimento precioso proveniente dessa prática crucial para a formação humana. Dessa maneira, cabe avaliar os fatores que corroboram para esse quadro.

   Mormente, a falta de hábito está associada ao comportamento cada vez mais imediatista dos jovens contemporâneos. Em relação a essa premissa, nota-se que esse grupo de indivíduos estão crescendo em um período cuja as informações e dados tornaram-se mais fluídos e rápidos, sobretudo com a invenção da internet, redes sociais, telefones e afins. Sendo assim, eles possuem sua capacidade de interpretação e concentração reduzidas e atrofiadas à medida que consomem informações já prontas e de fácil acesso, havendo então um estranheza ao terem contato com livros e meios de comunicação de leitura mais erudita. Logo, a relação desses jovens com a leitura se torna superficial e pouco aprofundada, como definiu Zygmunt Bauman em sua “Modernidade Líquida”, relatando a fluidez e comportamento vago da população.

Outrossim, o baixo apoio familiar bem como o fraco estímulo para a leitura também influência essa problemática. De tal modo, conforme disse o escritor brasileiro Machado de Assis, ” o menino é pai do homem”, afirmando a tendência dos filhos em se espelhar nas ideias e condutas de seus genitores. Por essa razão, a criança que vive e se desenvolve em um lar desprovido de amparo familiar e sem uma figura que sirva de modelo para se empenhar nos estudos tem sue comportamento induzido ao descaso da leitura. Então, é evidente que o acompanhamento desses seres, desde a infância, passando pela juventude, até a fase adulta, é necessário para que através da rotina e disciplina, a prática da leitura se torne de fato um hábito.

Portanto, indubitavelmente, ações são cruciais para propagar um gosto e apego à leitura entre os jovens. Para incentivar esse costume e torná-lo mais prazeroso ao público, urge que o Ministério da Educação crie uma feira de livros presente em cada cidade do país, com fito de estimular uma leitura dinâmica e lúdica entre a juventude. Isso pode ser feito através de acordos com os governos municipais e as escolas de cada região, além disso, por meio da elaboração de uma plataforma digital que permitam aos jovens se cadastrarem e compartilharem os conhecimentos adquiridos com a leitura de seus livros e demais fontes, favorecendo a interação e a mobilização entre eles. Somente assim será possível solucionar esse entrave e, logo, estabelecer uma sociedade de acertos baseada em Confúcio.