Legalização do aborto

Um dos assuntos mais comentados e mais polêmicos nos últimos anos tem sido a legalização do aborto. Abortar significa interromper algo, dar fim a uma gestação antes de completar as trinta e nove semanas. Com a legitimação poderiam ser evitados problemas como gravidez indesejada e o abandono de bebês.

Se analisarmos bem os fatos, o aborto não deveria ser crime no Brasil, pois, independente da lei, as mulheres continuam abortando. A criminalização incentiva práticas clandestinas e perigosas fazendo com que muitas mulheres sejam hospitalizadas por complicações no aborto e tornando-o a quinta maior causa de óbito feminino no nosso país. Entre 2008 e 2017 mais de um milhão e meio de mulheres tiveram hospitalizações por estas complicações e em dez anos o Sistema Único de Saúde (SUS) desembolsou 486 milhões de reais com internações para tratar destas.

Com a ratificação seriam diminuídos os abortos. O atendimento evitaria abortos forçados pelo companheiro ou por desespero. E também, depois do procedimentos, as mulheres poderiam receber contraceptivos, ainda no hospital, prevenindo novas gestações indesejadas, já que um filho gera custos, exige cuidado e atenção.

Anticoncepcionais falham e a decisão de ter ou não um filho deve ser tomada pela mulher, sem que a mesma receba julgamentos pela escolha. A única pessoa que conhece sua estabilidade emocional e financeira é ela mesma. Então esta deve ter livre arbítrio para decidir, independentemente do que a sociedade imponha.