Justiça com as próprias mãos: efeitos na sociedade

Segundo José de Souza Martins, – sociólogo especialista no assunto: justiça com as próprias mãos – há pelo menos um caso de linchamento por dia no Brasil. Todo agressor está moralmente errado ao realizar práticas agressivas contra outra pessoa, em muitos casos, na ilusão de resolver seus problemas sociais, espécie de substituição de sanções. Entretanto, essas ações são necessárias quando a vida de alguém está em perigo, estimuladas por força maior para defender-se, já que o patrulhamento da área não supre a necessidade. O despreparo do cidadão também causa traumas psicológicos após qualquer posicionamento tomado diante da ação de própria justiça.

Primeiro, devemos observar o baixo índice de patrulha, uma viatura rondando grandes áreas com cerca de 100km² no Acre, causando insegurança aos moradores. Sem o monitoramento militar, apresenta-se muitos casos de agressão que partem dos cidadãos aos criminosos de um mesmo bairro, ato conhecido como linchamento. Essa defesa é substituta da prisão porque tanto agressores quanto meliantes saem impunes. Todavia, uma pesquisa realizada em Mogi das Cruzes apresentou, com o aumento de policiais nas ruas, a queda de 17% de rebeliões e conflitos cometidos na cidade.

Segundo, pessoas que não estão preparadas para lidar com situações de violência física ou mental, tendem a originar problemas psicológicos. O sofrimento de quem assistiu, presenciou ou cometeu cenas violentas encaminha a traumas de diferentes níveis,sendo diagnosticados de leves a graves. De acordo com dados da Organização Pan-Americana da Saúde, nos últimos três anos, houve a elevação de 4% desses problemas advindos da violência em situações de justiça feita por civis, na esperança de suprir a falta de resolução formal.

A fim de que a justiça com as próprias mãos seja abolida,urge que os Governos Estaduais realizem concursos públicos com ampliação de vagas militares de modo a preparar homens e mulheres para controle da ordem pública . Também é de sua responsabilidade, junto a Secretaria de Saúde, oportunizar assistência psicológica para agressores e vítima da violência com objetivo de compreenderem preceitos éticos e morais de viver em sociedade, diminuindo o perigo ofertado por eles através de programas de consultas gratuitas. Somente assim, José Martins poderá afirmar que um dos maiores casos realizados pelos cidadãos – linchamento – está em contínua diminuição.