Internet, um meio que destrói ou constrói muros

TEMA: O acesso à internet em questão no Brasil

  A internet, criada no século XX durante o período da Guerra Fria, era utilizada para fins militares e então restrita aos serviços secretos da época. Tal ferramenta traz hoje uma extensa gama de recursos e informações mais aberta à população. Contudo, o acesso a essa novidade tecnológica continua sendo limitado a uma pequena parcela da população. Com efeito, evidencia-se a necessidade de promover melhorias no que tange a questão do acesso a internet no Brasil que tem realçado mazelas no âmbito regional, social e educativo, as quais precisam ser superadas.

  Em primeiro lugar, deve-se ressaltar as diferenças das regiões brasileiras no contexto em questão. Milton Santos, por exemplo, dividiu o território brasileiro em quatro zonas segundo critérios de acesso ao meio técnico-científico-informacional, destacando o quão são marginalizadas as regiões Norte e Nordeste. Dessa forma, com base na perspectiva do geógrafo, segmentos regionais sem acesso a computadores e aparatos tecnológicos são privados de acessibilidade a serviços virtuais e de informação.

  Em segundo plano, vale salientar a má inserção de idosos na utilização dessa ferramenta que reflete significativamente no bem-estar físico e psicológico dessa camada. Diante disso, observa-se as redes sociais como um meio recorrente de interação entre as gerações quebrada com o preconceito sofrido pelos idosos. Além disso, nota-se uma inserção cada vez maior da internet no âmbito escolar. No entanto, tal medida, inserida em um país como o Brasil cujas 40% das pessoas não têm acesso à web, amplia as desigualdades sociais e a exclusão de estudantes do acesso. Ademais, muitas escolas não possuem infraestrutura, não dispõem de plataformas e professores com formação adequada para trabalhar com a modalidade. Tornando os jovens mais propensos a ter seu raciocínio e rendimento comprometido.

  É necessário, portanto, que o acesso à internet seja democrático e aberto a toda a população. Cabe ao Estado em conjunto com o Ministério da Educação e da Cidadania, promover estratégias que possibilitem a implantação de empresas de tecnologia em áreas mais remotas, um programa que sirva como apoio aos idosos, juntamente de profissionais capazes de ajudá-los  na interação com a tecnologia e que haja uma formação dos professores para que possam utilizar da melhor forma possível as ferramentas disponibilizadas. Assim a restrição desenvolvida na Guerra Fria poderá ser mitigada.