Individualismo: problema irreversível?

Tema: Coletivo x Individualismo

Segundo Zygmunt Bauman, sociólogo polonês, “Não são as crises que mudam o mundo, e sim como reagimos a ela”. Sob tal ótica, diante da falta de coletivismo na sociedade, é inegável como o Brasil propende-se a respostas negativas, visto que vigora uma concepção adepta ao individualismo, tendo como efeito, problemas que impossibilitam a convivência, saudável, em sociedade.

Em primeiro plano, é axiomático que a supervalorização dos interesses próprios agrava a problemática. De acordo com Nicolau Maquiavel, escritor Renascentista, o homem em busca de suas ambições, não percebe o mal que pode gerar. De maneira análoga, tendo em vista a aglomeração em redes de suprimento a fim de acumular recursos defronte à pandemia, é inegável que o auxílio mútuo e a empatia – capacidade de se colocar no lugar do outro – não são prioridades para grande parte dos brasileiros que objetivam se precaver, mesmo que seja necessário prejudicar outros.

Em consequência do supracitado, é notório os problemas que tais atos podem provocar no convívio em sociedade. Acerca disso, mesmo Pitágoras, matemático da Antiga Grécia, tendo afirmado que o mundo se trata da harmonia de contrários, é perceptível que esse panorama quebra esse equilíbrio. Por conseguinte, é evidente que, hodiernamente, o fruto dessa disparidade se apresenta tanto na falha obtenção de recursos básicos, provida daqueles que não identificam os produtos nos supermercados,  quanto na inatividade da população diante ao quantitativo de pessoas que perderam seu emprego e precisam de auxílio nesse cenário tão complicado, o qual urge a participação dos envolvidos.

Depreende-se, portanto, a premência de medidas a fim de mitigar esse impasse. Destarte, cabe ao Ministério da Educação, por intermédio da alteração da Base Nacional Curricular Comum (BNCC), aplicar a adição de uma nova frente, obrigatória, na matéria de Sociologia, a qual tratará especificamente os resultados negativos do individualismo e a importância do trabalho em equipe para relações saudáveis dentro da sociedade. Quiçá, assim tal hiato reverter-se-á, desenvolvendo uma nação tanto participativa quanto solidária; e enfim,  fazendo “jus”, deveras, àquilo que fora apregoado por Bauman.