Inclusão e acessibilidade dos cegos

Como ressalta Clement Attle, político do Reino Unido,”a democracia não é apenas a lei da maioria, mas a maioria respeitando os direitos da minoria”. Entretanto, essa visão não é efetivada no cenário hodierno, devido a dificuldade na inclusão e acessibilidade dos cegos, inclusive no Brasil. Tal problemática está presente em função do preconceito severo da população e a desestrutura em ambientes públicos.

    No livro “Extraordinário”, Auggie é uma criança portadora de deficiência genética que causa deformidades. No decorrer da narrativa, é explícito os impasses na formação do personagem, por consequência do medo de interação com a turma. Não obstante, fora da ficção, as adversidades enfrentadas pelos deficientes visuais no âmbito escolar, é fruto do despreparo civil para reagir às limitações do indivíduo. Isso se evidencia na escassez de indivíduos que dominam o braile.

    Outrossim, é imperativo salientar a dificuldade de locomoção vivenciada pelos cegos. O artigo 6° da Constituição Brasileira de 1988, prevê que todos têm direito ao transporte e segurança. Todavia, esse benefício não abrange os cidadãos que possuem cegueira, devido a falta de estrutura nas ruas e em estabelecimentos públicos. Isso se torna mais claro na escassez de pisos táteis que não concluem o percurso, desassegurando o usuário. Além dos semáforos sonoros, inexistentes na maior parte do país.

    Portanto, é nítido os empecilhos no acesso e integração dessa parcela. Cabe ao Ministério da Educação, promover projetos que atuem na capacitação de docentes, para atender na formação dos deficientes visuais. Ademais, compete ao Ministério da Infraestrutura viabilizar meios que facilitem a locomoção, compreendendo as limitações e assegurando o cumprimento do artigo da Constituição Federal.