Implicações da maternidade compulsória no Brasil

Na série ”Grey’s Anatomy”, a personagem Christina yang tinha o sonho de ser uma grande cirurgiã cardíaca, mas não o de ser mãe, e seu companheiro, Owen, tinha o sonho de ser pai. Até que um dia ela pensa na possibilidade de ser mãe, mas conclui que isso não estava nos planos de vida dela  e então foi ela trabalhar em outro país. A maternidade compulsória é uma realidade no Brasil e um problema, visto que isso é uma construção ideológica que afeta a vida profissional e social das mulheres.

 

Na sociedade, a maternidade é um comportamento esperado das mulheres e essa construção ideológica atravessa décadas e persiste até a atualidade. Esse fato contribui para que a mulher seja vista pela sociedade como um ser com a finalidade de reprodução apenas e isso afeta diversas áreas da vida delas. Como por exemplo, a dificuldade de conseguir emprego e de se desenvolver profissionalmente. Sendo assim, esse problema contribui para que desenvolvimento pessoal e profissional desses indivíduos seja prejudicado e dependente da condição de ser mãe.

 

Além disso, a dificuldade de conseguir creche para os filhos é muito grande, segundo dados do Pettitpapillon, em uma pesquisa com dez mil mulheres,  27% das mulheres dizem ser muito difícil conseguir vaga em creche e 32% acham difícil. Dados da mesma fonte, mostram a relação da maternidade e do mercado de trabalho, 56% das pessoas de sexo feminino enxergam dificuldade no sucesso profissional com filhos e 3 em cada 7 tem medo de perder o emprego se engravidarem. Por isso, a maternidade compulsória se constitui um problema, visto que interfere na forma como essas pessoas são tratadas e vistas na sociedade.

 

Portanto, medidas são necessárias para resolver o impasse. O Ministério do Trabalho em parceria com o Ministério da Educação, devem assegurar às mulheres o direito de se inserirem e se desenvolverem no mercado de trabalho e de permanecerem nele caso engravidem, bem como ampliar a cobertura de creches em todo o território nacional. Isso deve ser feito por meio de um projeto de lei, entregue à Câmara dos Deputados, que assegure o direito trabalhista dessas mulheres e  para que seus filhos tenham pleno acompanhamento e o desenvolvimento necessário enquanto elas se desenvolvem socialmente e profissionalmente ao mesmo tempo em que exercem a maternidade.