No filme “Eu e o meu sertão”, produzido no contexto do Cinema Novo, é retratada a dramática trajetória de vida do sertanejo Matheus dos Anjos, desde o seu nascimento até a vida na cidade grande. Ao longo da trama, a narrativa revela os diferentes males dos quais padece o personagem, dentre eles a ascaridíase quando criança no Piauí e a malária após a ída para São Luís. Fora da ficção, fica claro que a realidade apresentada no filme pode ser relacionada àquela do Brasil: a baixa incidência de saneamento em todo o território nacional implica no aumento da taxa de transmissão de zoonoses, o que afeta criticamente a saúde pública do país.
Primordialmente, é necessário destacar que a falta de serviços básicos, como os de água e esgoto, são fatores que alavancam o número de casos reportados de doenças parasitárias na zona rural. Segundo o conhecimento da biologia clássica, presente na literatura científica, moléstias infecciosas causadas por parasitas, como as verminoses, desenvolvem-se com mais eficiência em ambientes sujos e com baixa infraestrutura de coleta e tratamento de resíduos. Desse modo, observa-se que o verme cujo hospedeiro é o ser humano, por exemplo, a tênia, possui mais facilidade de infectar um indivíduo em condições precárias. Assim, nota-se o quão grave é o fenômeno para a saúde pública do cidadão no campo.
Outrossim, há as consequências da problemática analisada para os grandes centros urbanos, o que gera um entrave para o sistema médico local. Segundo estudos recentes, publicados pela Revista de Medicina Tropical, os avanços do que os cientistas chamam de “fronteira urbana” estão causando um aumento exponencial da incidência de arboviroses na população citadina. Nessa perspectiva, o homem está ocupando cada vez mais o espaço natural, e com isso trazendo espécies de mosquitos que provocam males como a dengue e a zica, através da transmissão dos vírus responsáveis. Logo, é patente que a diminuta atuação do saneamento urbano nesses novos espaços ocupados amplifica o problema discutido.
Portanto, é mister que sejam tomadas providências para amenizar o quadro hodierno. Para levar o tratamento de água e esgoto à zona rural do território verde-amarelo, urge que o Ministério da Cidadania, mediante parceria com os governos estaduais e municipais, implemente ETAs e ETEs (estações de tratamento de água e estações de tratamento de esgoto) perto das regiões mais carentes de desenvolvimento sanitário. Não só, o Ministério da Educação deve criar, em paralelo com alunos e professores, campanhas publicitárias nas principais cidades do país que conscientizem o povo dos cuidados com os mosquitos transmissores de viroses. Somente assim, será possível evitar o sofrimento de novos “Matheus dos Anjos”.
Abigail
Introdução: O repertório sociocultural é pertinente ao tema e foi feito um uso produtivo, mas achei que ficou muito longo, para ser mais conciso você poderia ter tirado algumas partes, como: “desde o seu nascimento até a vida na cidade grande.”, “quando criança no Piauí” e “após a ida para São Luís.”. A tese e os dois argumentos que serão tratados nos desenvolvimentos foram apresentados, o que contribui para a competência 3.
Desenvolvimento 1: O tópico frasal introduziu bem o que será abordado no parágrafo. O repertório tem relação com o tema. Achei que, exceto pela última frase, o parágrafo ficou muito expositivo, tente dar mais autoria ao texto inserindo mais vezes sua opinião em relação à problemática.
Desenvolvimento 2: Assim como no parágrafo anterior, o tópico frasal e o repertório foram bem apresentados, mas faltou a argumentação para seu texto não ficar tão descritivo.
Conclusão: Na primeira proposta de intervenção, acho que as parcerias não são válidas para serem usadas como modo, mas não tenho certeza disso. Além disso, faltou o detalhamento. Na segunda (lembrando que o Enem só exige uma proposta completa), só foram apresentados os agentes e a ação.
Nota: 860
Competência 1: 200
Competência 2: 200
Competência 3: 120
Competência 4: 200
Competência 5: 140