Implicações da falta de saneamento básico na saúde pública brasileira.

De acordo com dados de 2018, a Agência Nacional das Águas (ANA) revelou que, neste ano, menos da metade da população brasileira tinha acesso ao tratamento de esgoto adequado, isto é, mais de 100 milhões de pessoas estavam perigosamente expostas a possíveis patologias oriundas de água contaminada. Assim sendo, faz-se necessário discutir acerca da gênese dessa triste realidade, a saber, o Estado brasileiro que, em pleno 2022, continua investindo de forma irrisória em atividades de tratamento de água e coleta de esgoto, principalmente em zonas remotas e carentes do país.

Primordialmente, é de suma importância apresentar quais as implicações da falta de saneamento básico na saúde pública brasileira. No que tange a essa temática, os danos por doenças relacionadas à contaminação por patologias sem dúvida são os mais expressivos, como confirmou o Instituto Trata Brasil (ITB) no ano de 2019, ao apontar que, naquele ano, mais de 2000 pessoas acabaram morrendo em decorrência de enfermidades de veiculação hídrica. Portanto, é inegável o impacto deste problema nas taxas de mortalidade das cidades do país, principalmente no que concerne às crianças, mais suscetíveis a estas mazelas.

Ademais, cabe salientar quais são os fatores que possibilitam a manutenção desta triste realidade em território nacional. Primordialmente, é notório que o papel do Estado na superação do problema em questão não está sendo cumprido de fato, haja vista que os números da cobertura do saneamento básico no país estão avançando de maneira bastante lenta. Pode-se perceber, além disso, que a desigualdade entre as diferentes regiões do Brasil é um fator a ser considerado. A região Norte, por exemplo, mais carente e de maneira geral, com os piores índices socioeconômicos do país, conta com apenas 12% de sua população com coleta adequada de esgoto –  segundo dados da Agência Nacional das Águas. Sendo assim, é evidente a necessidade de mudanças sociais bruscas se o Brasil deseja alcançar o progresso.

Destarte, é imprescindível uma alteração nas políticas públicas brasileiras para resolver o problema em questão. Dessa forma, faz-se necessário que, com a elevação dos investimentos financeiros, o Governo Federal, através da Secretaria Nacional de Saneamento, busque aumentar a cobertura de tratamento de água, coleta de esgoto, dentre outros serviços para a população, priorizando as zonas mais distantes e carentes do país. Uma vez resolvida a questão do saneamento, enfermidades e outros problemas decorrentes do mal funcionamento deste serviço no Brasil estarão com os dias contados.