No livro “Ensaio sobre a cegueira” de Saramago, os personagens são acometidos pela cegueira branca, causada pelo excesso de luz. Fora da literatura, essa luz pode ser entendida como a quantidade massiva de informações na “internet”, sobretudo as “hashtags”, que transformaram-se em um meio de ativismo político nada eficiente, tornando as pessoas cegas à realidade através da falsa sensação de pertencimento às causas sociais.
Com o advento dos novos meios de comunicação, tais como o Twitter, o “hashtivism” (ativismo de “hashtag”) foi incluído como uma forma de manifestação coletiva. Através de frases como “Ele não”, “Não à previdência”, dentre outras, os brasileiros se mobilizam contra o governo atual. Entretanto, esse tipo de mobilização “online” é totalmente ineficiente, visto que, fora dos ecrãs, não há impacto social, diferentemente das manifestações de rua que, por meio da obstrução de avenidas, gera incômodo nas autoridades e, por conseguinte, atrai a atenção delas perante as pautas reivindicadas. Logo, conclui-se o que foi dito pelo sociólogo Manuel Castell, “não basta apenas criticar na internet, é necessário que o movimento seja visível”.
Outrossim, nas redes sociais as pessoas se tornaram menos sinceras sobre si mesmas, assumindo “personas” que defendem discursos incoerentes com as atitudes dos indivíduos que os escrevem. Por intermédio de “hashtags” como “Fora Temer”, os brasileiros expressaram sua aversão à corrupção, mas, ironicamente, uma pesquisa do Data Popular constatou que 70% dos cidadãos já tiveram uma atitude corrupta. Logo, é indubitável que os impasses da sociedade não existem apenas por consequência do comportamento do Estado, mas, também, do povo (que é a parte majoritária dela).
Dessarte, para que os indivíduos se curem da cegueira branca presente na literatura, urge que cada cidadão brasileiro faça sua parte por meio do desenvolvimento da ética no seu dia-a-dia e da organização “online” de greves e mobilizações de rua, bem como a participação no local do movimento, a fim de que a corrupção seja combatida e as autoridades se rendam à vontade do povo. Pois, como diz o filósofo Leandro Karnal, “não existe político corrupto com população honesta”.
Katiane
Olá, tudo bem?
É uma ótima temática.
Porem seu texto ficou com muitos cognitivos de ligação, que acaba sendo monótono.
Eu não conseguir ler tudo por este motivo, pois esses cognitivos deixa o texto muito artificial, tem que usar no lugar certo.
E gostei muito da citação de Leandro Karnal.
Mas não ligue para minha opinião. kkk
Beijinhos. até.
Ps: eu não sei avaliar, estou começando agora.