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Impactos do isolamento social na saúde mental dos idosos durante a quarentena

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Na série alemã da rede de “streaming” Netflix, “Dark”, é possível observar, dentre outras estórias, a trama de Helge Doppler, um idoso que é colocado em um asilo após perder a sua sanidade, graças a anos de traumas. Assim como a personagem da obra, milhares de idosos brasileiros se veem próximos de um colapso mental durante o período de quarentena. Decerto, isso tem raízes muito mais profundas, sendo o descaso para com a população idosa algo presente desde que o capitalismo se tornou o sistema econômico proeminente. Consequentemente, essa falta de atenção promulgada por séculos resulta em um aumento do índice de depressão e outras doenças mentais nos mais velhos, principalmente durante o isolamento social necessário em uma época pandêmica.

Primeiramente, é importante salientar que a falta de interesse quanto à saúde mental dos idosos é algo muito mais antigo. Evidentemente, como sustentado por Karl Marx, o capitalismo coloca o capital acima de qualquer coisa, dando menos prioridade, inclusive, às pessoas. Em um mundo com tal sistema econômico, a maior parte da massa é constituída de trabalhadores que sustentam a classe burguesa dominante, sendo totalmente descartáveis e tendo “prazo de validade”. Qualquer resquício de velhice torna o proletário inválido, por não produzir mais o necessário. Sendo assim, após chegar na velhice e não ser mais algo útil ao sistema, essas pessoas são simplesmente deixadas à margem da sociedade, debilitadas psicologicamente.

Ademais, a saúde mental prejudicada proveniente de anos de descuido se agrava ainda mais em períodos difíceis, como a pandemia. De acordo com o “site” Portal do Envelhecimento, sendo os idosos o maior grupo de risco, eles são diretamente prejudicados, pois além da preocupação com a doença ainda não podem sair de modo algum. Naturalmente, isso piora quando é lembrado que, por conta do alto índice de doenças mentais nos mais velhos, por anos esse grupo foi estimulado a sair de casa, frequentar grupos da terceira idade e aproveitar a vida, algo que de repente foi mudado. A mudança é algo difícil para todos, mas mais ainda para uma população tão carente e desvalorizada quanto a dos idosos.

Portanto, torna-se evidente que o Estado deve tomar algumas medidas para que isso não se agrave ainda mais. Inicialmente, o Ministério da Saúde deve aumentar o apoio e atendimento à sanidade da terceira idade, através de maiores investimentos na área da saúde que rege os idosos, além de campanhas que falem sobre o assunto, de modo a tratar os já afetados e educar a população acerca do descaso sofrido durante anos, resultando na diminuição de casos futuros e na melhora dos enfermos atuais. Somente assim será possível evitar que histórias como a de Helge continuem a acontecer, tendo como resultado um país mais justo com aqueles que praticamente o construíram.

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1 Correção

  1. Olá Kaly Araújo! Tudo bem?
    Eu amei demais a sua redação, ela possui bastante coerência e com argumentos bastante sólidos
    Não percebi nenhum desvio gramatical ou desvios de ortografia,os desenvolvimentos tanto contextualiza quanto elabora um repertório novo.Ótimo! Ambos apresentam argumentos sólidos e bem estruturados
    Conclusão.Curti muito.Você retomou a tese a ser defendida na introdução e isso é muito importante.
    Meus parabéns, continue assim!

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