Gravidez precose: um problema?

Na série televisiva “Grey’s Anatomy”, Betty Nelson é uma garota que acaba grávida de um traficante de drogas. Durante a gestação, ela foge por medo dos pais e acaba dando luz ao filho, Leo, que no fim vai para a adoção. Embora essa seja a trama do entretenimento, não há duvidas da existência do problema da gravidez na adolescência. Assim como Betty, meninas que engravidam precocemente acabam carregando dilemais emocionais nessa fase da vida em conjunto com a responsabilidade de ser mãe.

Primeiramente, a educação é um fator principal no desenvolvimento de um pais e seus habitantes. No presente momento, ocupando a nona posição econômica mundial, seria racional acreditar que o Brasil possui um sistema público com amparo e auxílio eficente. Contudo, a realidade é justamente o oposto e o resultado desse contraste é claramente refletido na gravidez precoce. Segundo dados divulgados pela Organização das Nações Unidas no Brasil a taxa é de 68,4 adolescentes grávidas para cada grupo de mil jovens do sexo feminino na faixa etária de 15 a 19 anos. Diante disso,  é humilhante reconhecer as medidas solucionadoras que são aplicadas no Brasil visando a melhoria dos jovens.

Faz-se mister ainda, salientar sobre a campanha “Tudo tem seu tempo: adolescência primeiro, gravidez depois” proposta em fevereiro de 2020 pelo governo brasileiro, onde apesar do omissão da palavra pelo seus próprios representantes, Ministra Damares e Ministro Mandetta, a declaração continua nítida: abstinência. De acordo com C. G. Jung,  psiquiatra suiço,  “Até nos tornarmos conscientes de nossos atos, o inconsciente irá dirigir nossas vidas e, no fim, chamaremos isso de destino”.
Diante de tal contexto é necessario recordar a história da humanidade, comprovando que a negação de qualquer coisa, muitas vezes resulta em incentivo, exemplificado nos casos da Idade Média, momento em que a castidade era altamente obrigatória e contudo aconteciam os mais variados surtos psicotivos e coletivos: freiras encenavam atos sexuais para terceiros.

Infere-se portanto que ainda há entraves para garantir a solidificação das políticas que vissem a construção de um mundo melhor. Dessa maneira, é necessário que o Ministério da Educação e Cultura em conjunto com Ministério da Saúde insiram mais informações saudáveis nas moradias e escolas e retirem do projeto a ideia de usar a privação como resposta solucionadora, através da admissão de campanhas sociais e disponibilização de educadores em fundações integradas, com propósito de diminuir a grande taxa de gravidez na adolescência, considerando que a socialização é um fator determinante na escolha dos juvenis. Somente assim será possível evitar casos como de Betty.