Gravidez na adolescência (Modelo ENEM)

O documentário “Meninas”, disponível no youtube, retrata a vida de garotas que vivem na periferia e se tornam mães na adolescência devido a falta de conhecimento e a naturalização da gravidez precoce. Em paralelo a isso, é perceptível a grande evidência da gravidez na adolescência, no Brasil, tendo em vista como os principais obstáculos do impasse a negligência governamental e a dificuldade da população, especificamente a mais carente, de acessar informações. Desse modo, faz-se imperiosa a análise dos fatores que agravam esse quadro. 

A princípio, é notório que o desserviço estatal é um dos principais motivadores para o aumento da gravidez na adolescência no território brasileiro. Nesse sentido, é evidente a existência do Sistema Único de Saúde (SUS), um programa de saúde gratuito que englobaria, na teoria, todos os cidadãos brasileiros, entretanto, este não alcança de maneira efetiva todas as parcelas da população em razão da falta de investimentos do Estado em unidades básicas de saúde. Esse fator é afirmado pelo Conselho Nacional de Saúde, em que aponta a perda de 20 bilhões de reais que seriam investidos na área da saúde, em 2019. Dessa forma, a população mais pobre não tem acesso aos métodos contraceptivos, consequentemente, aumentando os casos de gravidez na adolescência e, também, de doenças sexualmente transmissíveis. 

Ademais, a carência de conhecimentos e a falta de debates sobre a gravidez na adolescência é outro impulsionador do impasse. Nessa ótica, as instituições de ensino e o âmbito familiar não conscientizam as crianças e adolescentes de como se prevenir da gravidez e as consequências dela acontecer na adolescência, ressaltando que a cultura periférica naturaliza mães muito jovens. Sob esse viés, o sociólogo Karl Marx, em sua teoria “Silenciamento de discursos”, afirma que alguns assuntos são omitidos da sociedade para ocultar as mazelas sociais. Assim, a falta de visibilidade sobre os problemas da gravidez precoce, a qual ocorre com mais frequência em famílias carentes, impede que muitos meninos e meninas terminem sua educação e consigam oferecer um futuro confortável para seus filhos. 

Portanto, medidas são necessárias para resolução desse problema. É dever do Ministério da Saúde, por meio de investimentos em unidades básicas de saúde, principalmente aquelas localizadas em locais mais afastados, garantir que toda população brasileira tenha acesso a métodos conceptivos adequados, a fim de que diminuam os casos de gravidez na adolescência. Junto disso, cabe ao Ministério da Educação, por intermédio de palestras e aulas, introduzir a educação sexual nas escolas, para que os estudantes se conscientizem sobre seu corpo e as consequências dos seus atos. Somente assim, a sociedade poderá se distanciar do documentário “Meninas”.