Gravidez na Adolescência em Evidência no Brasil (deixem nota por favor)

No filme britânico ”Simplesmente Acontece”, a personagem Rosie se vê obrigada a desistir da faculdade dos seus sonhos por causa de uma gestação inesperada. Fora da ficção, é fato que a realidade apresentada na obra pode ser relacionada ao problema da gravidez na adolescência em evidência no Brasil. A princípio, é de se salientar que este empecilho interfere violentamente no futuro dos jovens que, em sua maioria, se veem obrigados a sair da escola e começar a trabalhar para se manter e cuidar da criança. Logo, convém ressaltar que a problemática se dá, principalmente, pela falta da educação sexual das instituições escolares e da família, além da criminalização do aborto, o qual obriga a mulher a gerir essa maternidade antecipada.

Em primeira análise, é válido destacar que a pouca ou nenhuma discussão sobre sexualidade entre as escolas, parentes e estudantes contribui para esse cenário. Antes de tudo, na Idade Média, o sexo era um tabu, sendo visto como pecado pela Igreja Católica, no qual era feito em poucos dias durante o ano e apenas como um método de reprodução, no entanto, este ato é considerado normal na contemporaneidade. Sob esse viés, é possível depreender que a herança cultural influenciou o pensamento moderno como outro tabu, oque induziu não só os agentes responsáveis a pensarem que esse ensino influenciará na vida sexual do indivíduo como também instigou a sociedade com o preconceito contra a gravidez precoce.

Ademais, é fundamental apontar a criminalização do aborto como impulsionador do problema, uma vez que a mulher não tem escolha a não ser parir o filho. Em vista, em países como a China, a superlotação e a disseminação de doenças são controlados pela legalização do aborto, porém, no Brasil, essas considerações não são relevadas, ao passo que várias adolescentes buscam o método abortivo ilegal. Diante de tal exposto, é inegável afirmar que a criminalização do aborto contribui para a saúde pública, coisa que causa uma rachadura na Constituição Federal de 1988, em seu artigo 6°, que prevê o direito à saúde pública a todo cidadão brasileiro, além do fator de contribuir no problema do abandono escolar na nação.

Portanto, é mister que o Estado tome previdências para amenizar o quadro atual. Para isso, urge que o Poder Legislativo, em parceria com o Poder Judiciário, por meio de uma nova lei efetiva, faça a legalização do aborto para jovens de até 19 anos, além da obrigatoriedade do ensino sexual em escolas públicas, a fim de amenizar a gravidez precoce entre os adolescentes brasileiros. Somente assim será possível diminuir essa problemática na contemporaneidade.