Evasão Escolar No Brasil

“A insatisfação é o primeiro passo para o progresso de um homem ou uma nação.” A frase do dramaturgo irlandês Oscar Wilde pode facilmente ser aplicada à evasão escolar no Brasil, já que é a falta de incômodo social diante dessa vicissitude que a põe como um regresso para a nação. Nesse sentido, essa situação de indiferença tem como origem inegável a falta de conhecimento suficiente a respeito do assunto. Assim, não só a negligência governamental como também a escassa abordagem do problema contribuem para a naturalização desse cenário.

Em primeiro plano, cumpre destacar que apesar da Constituição Federal de 88, em seu artigo 6°, prever a educação como um direito social inerente a todos, na prática isso não se revela. Nesse contexto, é como pontua o escritor Gilberto Dimenstein em seu livro “Cidadão de Papel” ao escrever que, no Brasil, a Constituição acontece apenas no papel. Dessa forma, observa-se que a ignorância do Governo permite que a evasão escolar perdure no país.

Além disso, é pertinente ressaltar que a insuficiente exposição dessa problemática contribui para o avanço da evasão escolar. Nessa perspectiva, muitas vezes, a mídia negligencia o debate acerca dos educandos de um grau de ensino ou de uma série escolar que abandonam a escola. Desse modo, é indubitável que a pouca abordagem midiática com relação ao afastamentos dos estudantes do Sistema de Ensino proporciona o avanço desse ambiente.

Logo, torna-se evidente que a evasão escolar é um problema que precisa ser solucionado. Assim sendo, urge que o Estado se incomode com a problemática e, através do Ministério da Educação, por meio de programas educacionais, proporcione meios de garantias do aluno na instituição de ensino, subsidiando, por exemplo, o motivo que o leva a sair da escola. Ademais, a mídia deve elaborar reportagens incômodas e de denúncia, para que a população possa ter noção da dimensão do quadro. Somente assim, com a demonstração da insatisfação, poderemos caminhar para o progresso, como afirma Oscar Wilde.