Evasão Escolar

No filme ‘Efeito Pigmaleão’, é apresentado a bruta realidade de jovens que estudam na periferia de Paris, em sua maioria descendentes de imigrantes, pobres e sem perspectivas de vida.  O espectador acompanha o desenrolar da estória pelo olhar de Samia Zibra, a nova orientadora educacional, que se esforça para evitar que o número de alunos que deixam a escola seja reduzido. A orientadora opta por tornar as aulas atraentes para os estudantes, fazendo eles entender como o conteúdo pode fazer a diferença na vida deles. Infelizmente, a vida desses jovens do filme vem se repetindo cada vez mais em nosso país, a diferença é que ainda não se sabe lidar com o grande aumento da evasão e o abandono escolar. 

A evasão está relacionada a uma expulsão escolar, pois a saída do estudante não é um ato voluntario. Deve-se ressaltar que o afastamento ou o abandono do Sistema de Ensino, ocorre por vários motivos, como: doença, gravidez precoce, necessidade de trabalhar, falta de tecnologia nas salas de aula e o desinteresse dos alunos ou seus responsáveis. Em uma pesquisa realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), 27,1 % dos jovens entrevistados abandonaram a escola pois precisavam trabalhar e não conseguiram conciliar os estudos com o trabalho. 

Dados divulgados pela Nova Escola, apontam que 10,3 milhões de adolescente entre 15 e 17 anos abandonaram a escola e cerca de 3,4 milhões quiçá concluem o Ensino Médio. Por consequência, há uma perda de 48 milhões de investimento no mercado de trabalho, já que, devido as circunstâncias não se tornam qualificados para as grandes empresas. 

Justamente por ser consequência de vários fatores, a evasão escolar não pode ser evitada por ações pontuais. Sendo assim, o Ministério da Educação (MEC) em parceria com a Universidade de São Paulo (USP) deve ajudar escolas públicas e privadas, por meio de planejamentos pedagógicos no começo do ano e discutir o assunto de forma regular ao longo do semestre. Só assim será possível identificar alunos com propensão a problemas e trabalhar as causas desse comportamento. É também de suma importância que, a Secretaria Nacional de Renda de Cidadania (Senarc)- responsável por combater a pobreza e a desigualdade no Brasil- facilite o acesso ao Bolsa Família e aumente o valor do programa, para que a família como um todo seja beneficiada, evitando assim, que o jovem se sinta pressionado a abandonar a escola, para lidar com questões financeiras.