Escrita pelo autor Franz Kafka, ”A Metamorfose” é um dos maiores clássicos da literatura mundial e descreve a situação de descaso enfrentado pelo jovem Gregor Samsa que ao se metamorfosear em um inseto monstruoso, passa a ser abandonado pela sua própria família, isolando-se do mundo ao seu redor e se tornando um invisível social solitário e incapaz de realizar ações comuns. Através dessa óptica, observa-se na obra uma metáfora análoga à realidade enfrentada no Brasil na contemporaneidade: a estigmatização de doenças mentais que assola milhões de outros Gregors. Com base no exposto, infere-se que a problemática não se dá somente pela herança histórica do país, mas também pela marginalização de pessoas que sofrem com patologias psíquicas.
Em primeira análise, constata-se o passado da pátria como um dos causadores do revés. Durante o século XIX, predominava o movimento literário ultrarromântico que contava com características que incluíam pessimismo, apreço pela morte, solidão, tristeza exacerbada e dentre outros aspectos que refletiam os sentimentos vivenciados na época. Sincronicamente, o período foi marcado pela popularização de hospícios e manicômios, evidenciando o tratamento Blasé – de indiferença de um ser em relação ao seu meio – que grande parcela da população adotava há centenas de anos e que se mantém na atualidade. Logo, é inaceitável que essas cicatrizes lúgubres permaneçam existindo em pleno terceiro milênio.
Cabe salientar, outrossim, a segregação de indivíduos que possuem transtornos psicológicos como impulsionador do óbice. Nesse prisma, o sociólogo francês Émile Durkheim classifica como fatos sociais patológicos aqueles que rompem com a moral vigente. Desse modo, uma vez que a Constituição Brasileira de 1988 assegura a equidade no tratamento de todos os indivíduos e em conjunto, a saúde como dever da máquina estatal, é irrefutável a presença de um estado de anomia presente em âmbito nacional, levando em conta a prática comum de exclusão física, moral, geográfica e, sobretudo, social de que seres assim como Samsa padecem. Conclui-se, então, a carência de mudanças para reverter o panorama.
Diante dos fatos supracitados, faz-se mister a mobilização de agentes implicados em mitigar o estigma associado a doenças mentais na nação. Cabe, então, ao Estado por intermédio de órgãos competentes como o Ministério da Educação (MEC) viabilizar palestras, podcasts, posts em redes sociais – utilizando-se da mídia como propagadora de informação – o conhecimento necessário acerca de saúde mental a fim de conscientizar o corpo social e desconstruir falsas impressões criadas ao longo do tempo sobre o assunto. Um exemplo disso é levando profissionais capacitados a escolas de todo o país, possibilitando a ação. Ademais, o Ministério da Saúde pode intervir disponibilizando os mesmos. Desta maneira e com otimismo é que os diversos Gregors da vida real serão, enfim, acolhidos.
Samara@$
1)Demonstrar domínio da modalidade escrita formal da língua portuguesa. Nesta primeira etapa são avaliados os desvios (regência, concordância, ortografia, acentuação, translineação) e estrutura sintática (estrutura das frases e análises dos períodos gramaticais).
200
2) Compreensão do tema proposto na redação. É feita a análise da estrutura da dissertação, se ela corresponde ao gênero dissertativo-argumentativo (introdução, desenvolvimento e conclusão). O reportório externo também é analisado nesta competência, desde que seja respaldado por alguma área do conhecimento, e esteja relacionado ao tema.
160
3) Desenvolvimento de ideias no texto: qual estratégia adotada pelo estudante para abordar as questões do texto.
200
4) Coesão: uso de conectivos ao longo do texto para unir as ideias entre os parágrafos, necessários para a construção da argumentação.
200
5) Proposta de intervenção: apresentada no parágrafo de conclusão de forma completa para o problema abordado, respeitando os direitos humanos.
200
[email protected]
ESTIGMA ASSOCIADO A DOENÇAS MENTAIS NO BRASIL
Escrita pelo autor Franz Kafka, ”A Metamorfose” é um dos maiores clássicos da literatura mundial e descreve a situação de descaso enfrentado pelo jovem Gregor Samsa que ao se metamorfosear em um inseto monstruoso, passa a ser abandonado pela sua própria família, isolando-se do mundo ao seu redor e se tornando um invisível social solitário e incapaz de realizar ações comuns. Através dessa óptica, observa-se na obra uma metáfora análoga à realidade enfrentada no Brasil na contemporaneidade: a estigmatização de doenças mentais que assola milhões de outros Gregors. Com base no exposto, infere-se que a problemática não se dá somente pela herança histórica do país, mas também pela marginalização de pessoas que sofrem com patologias psíquicas.
Em primeira análise, constata-se o passado da pátria como um dos causadores do revés. Durante o século XIX, predominava o movimento literário ultrarromântico que contava com características que incluíam pessimismo, apreço pela morte, solidão, tristeza exacerbada e dentre outros aspectos que refletiam os sentimentos vivenciados na época. Sincronicamente, o período foi marcado pela popularização de hospícios e manicômios, evidenciando o tratamento Blasé – de indiferença de um ser em relação ao seu meio – que grande parcela da população adotava há centenas de anos e que se mantém na atualidade. Logo, é inaceitável que essas cicatrizes lúgubres permaneçam existindo em pleno terceiro milênio.
Cabe salientar, outrossim, a segregação de indivíduos que possuem transtornos psicológicos como impulsionador do óbice. Nesse prisma, o sociólogo francês Émile Durkheim classifica como fatos sociais patológicos aqueles que rompem com a moral vigente. Desse modo, uma vez que a Constituição Brasileira de 1988 assegura a equidade no tratamento de todos os indivíduos e em conjunto, a saúde como dever da máquina estatal, é irrefutável a presença de um estado de anomia presente em âmbito nacional, levando em conta a prática comum de exclusão física, moral, geográfica e, sobretudo, social de que seres assim como Samsa padecem. Conclui-se, então, a carência de mudanças para reverter o panorama.
Diante dos fatos supracitados, faz-se mister a mobilização de agentes implicados em mitigar o estigma associado a doenças mentais na nação. Cabe, então, ao Estado por intermédio de órgãos competentes como o Ministério da Educação (MEC) viabilizar palestras, podcasts, posts em redes sociais – utilizando-se da mídia como propagadora de informação – o conhecimento necessário acerca de saúde mental a fim de conscientizar o corpo social e desconstruir falsas impressões criadas ao longo do tempo sobre o assunto. Um exemplo disso é levando profissionais capacitados a escolas de todo o país, possibilitando a ação. Ademais, o Ministério da Saúde pode intervir disponibilizando os mesmos. Desta maneira e com otimismo é que os diversos Gregors da vida real serão, enfim, acolhidos.
C1 – 160
C2 – 200
C3 – 200
C4 – 160
C5 – 200
MÉDIA = 920
Samuel1818
Olá, Ananda!
Excelente redação, muito bem articulada. Análise…
C1- Domínio da norma-culta, 160pts. No geral, seu vocabulário e gramática são considerados bons, mas existem alguns desvios. Ausência de vírgulas, erro de concordância e erro de crase lhe fizeram perder 40pts;
C2- Compreender a proposta e aplicar repertório sociocultural, 200pts. Que seu texto está argumentado e bem articulado, isso é inegável. Repertórios são utilizados para comprovar o que você quis trazer, muito bem. Mas cuidado para não encher um parágrafo só de informação e debater pouco sobre o tema, como você fez no 2° parágrafo;
C3- Organização dos argumentos selecionados, 160pts. Você dá um bom seguimento de ideias, o qual geram sentido à sua redação. Dá para melhorar mais ainda;
C4- Elementos coesivos, 200pts. Conectivos bem utilizados, essenciais para interligar os parágrafos;
C5- Proposta de intervenção, 200pts. A solução para o problema está completa, o que lhe garante 200 nessa competência.
Nota: 920
Parabéns pela nota, você sabe escrever muito bem! Com certeza é uma das candidatas ao tão sonhado +900 no ENEM. Sucesso e bons estudos, continue assim!!! ;)