Esporte e tecnologia no combate a criminalidade juvenil

A obra de Jorge Amado, Capitães de areia, conta a história de um grupo de meninos de Salvador que, menosprezados por suas famílias e ignorados pela sociedade, comentem delitos e obscenidades. A ficção faz um paralelo com a realidade dos jovens brasileiros, em que a juventude é perdida para o crime, cenário que poderia ser alterado com o incentivo aos esportes e à informática.

Inicialmente, pode-se citar as ideias de Émile Dúrkhein na definição da Solidariedade Mecânica, em que sociedades praticam uma socialização mais ativa e, em vista disso, mantém um senso de empatia e coletividade muito mais forte. O esporte, por sua vez, busca promover essa socialização, além de desenvolver a ânsia pela liderança, a estratégia e a disciplina. Um exemplo disso, é o projeto Luta pela Paz, da ONG Viva Rio, em que jovens do Complexo da Maré, no Rio de Janeiro, entre 7 a 25 anos, praticaram diversas atividades, como boxe, capoeira, dança, futebol, entre outros, e tiveram um envolvimento muito menor com o crime aos jovens que não participaram do projeto, demonstrando como o esporte é um forte aliado contra a criminalidade.

Todavia, as práticas esportivas não são as únicas inimigas das transgressões às Leis, as tecnologias oferecem um grande suporte nessa luta. Cada vez mais requisitadas no mercado de trabalho, o conhecimento do meio tecnológico concederia oportunidades de emprego a esses jovens, tanto em grandes empresas, como para o comércio digital e divulgação. Além disso, a internet permite o acesso a informações e a cultura, sendo possível até mesmo fazer cursos profissionalizantes através dela. Assim, com a formação de maiores oportunidades, o crime deixaria de ser a primeira opção desses jovens, os quais buscaria oportunidades mais dignas.

Portanto, o esporte e o conhecimento informacional permitem que haja um afastamento do crime por parte dos jovens, sendo peças fundamentais ao combate desse. Para isso, faz-se necessário que o Ministério da Cidadania, em parceria com as famílias e ONGs, como a Viva Rio e a CENPEC, Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária, se unam para incentivar o esporte e a informática. Nesse contexto, deve haver a divulgação dos segmentos nas áreas alvo dos projetos, através de carros de som e panfletos, além do fornecimento de equipamentos de qualidade para as práticas e a construção de locais com infraestrutura adequada. Dessa forma, a sociedade brasileira formará menos Capitães de areia e mais cidadãos que contribuirão para o desenvolvimento do país.