Esporte como ferramenta de inclusão social no Brasil

No filme 100 metros, Ramón o protagonista, que é diagnosticado com esclerose múltipla, então, faz do esporte ferramenta para superar suas limitações. Nesse contexto, é inegável a importância do exercício físico para a saúde, assim como para interações sociais. Conquanto, uma grande parcela da sociedade brasileira atual é excluída desses benefícios, seja por falta de investimentos, seja pelo individualismo.
Sob  esse viés, é notório a falta de investimentos na estrutura esportiva. Segundo dados do IBGE aproximadamente 70% dos brasileiros não praticam esportes ou atividades físicas, sendo agravantes a falta de condições financeiras e a falta de instalações para praticar. Assim, há negligência política acerca da saúde e cultura dos indivíduos ligado à priorização do dinheiro público em outros setores, que dificulta sua resolução.
Faz-se mister, ainda, salientar a apatia como impulsionador do problema. Na obra “Modernidade Líquida” Zygmunt Bauman defende que a sociedade atual é fortemente influenciada pelo individualismo. A tese de maneira específica na realidade brasileira, no que tange ao acesso ao esporte. Essa fluidez sobre a questão de pessoas portadoras de necessidades especiais muitas vezes não obtém oportunidades de participação, com condições favoráveis.
Interfere-se, portanto, o dever do Poder Público em promover maiores investimentos em programas do Ministério da Cidadania, a fim de democratizar o acesso ao esporte e interações sociais, por meio de centros esportivos nos municípios sendo oferecidos aulas e campeonatos gratuitos abertos a comunidade contando com profissionais da área da educação física, capacitados para atender a população de maneira inclusiva. Dessa forma, seria possível mais casos de superação como o de Ramón e que a sociedade brasileira seja mais empática e menos individualista, como descreveu o poeta Leminski: “Em mim, eu vejo o outro”