Entre a saúde e o preconceito o problema da obesidade e sobrepeso no Brasil ( coloquem nota pfv )

O filme “Dumplin”, original Netflix, aborda a história de Willowdean, uma jovem que é vítima de ataques gordofóbicos por sua própria mãe. A princípio os comentários pejorativos não a atingem mas no decorrer da trama a personagem revela mágoa causada pela falta de aprovação. Fora das telas, é fato que a realidade de vários indivíduos é a mesma de Willowdean, visto que, a sociedade impõe padrões inalcansaveis, intensificando o preconceito e dando espaço para distúrbios alimentares. Dessa maneira, é evidente que a problemática se desenvolve não só devido a insuficiência Legislativa mas também a invisibilidade midiática diante desse quadro alarmante.

Em primeiro plano, é lícito postular medidas governamentais para combater a discriminação que atinge, de forma progressiva, pessoas com sobrepeso no país. De acordo com o site de notícias Exame.com cerca de 65% dos executivos preferem não contratar pessoas obesas, tal fato evidencia o quão a sociedade brasileira é preconceituosa. O estereótipo de má saúde e incapacidade dificulta a introdução desses indivíduos no mercado de trabalho. Nesse sentido, devido a baixa operação das autoridades a cultura gordofóbica condecora com o mal-estar do corpo social, reprimindo grande parcela dos cidadãos que não são representados ou possuem respeito. Desse modo, faz necessário a reformulação dessa postura estatal de forma urgente.

Outrossim, a nebulosidade midiática também pode ser apontada como promotora dessa problemática. Na perspectiva do filósofo Nicolau Maquiavel, poucos veem o que somos, mas todos veem o que aparentamos. Em analogia a esse fato, é notório que a idealização do corpo perfeito é mais relevante para a mídia do que as “imperfeições” de um corpo real, assim promovendo a incessante busca pela beleza e distúrbios alimentares, como deixar de ingerir alimentos para alcançar os padrões físicos aceitos na sociedade. Dessa forma quem possui sobrepeso se vê cada vez mais excluído, isso reflete principalmente na autoestima, causando isolamento social e sintomas depressivos. Destarte, ao enxergar a permanência do entrave, compreende-se, inegavelmente, a existência de uma conduta passiva e ineficaz praticada pelo cidadão brasileiro.

Diante do exposto, são necessárias medidas capazes de mitigar esse quadro alarmante. Para tanto, cabe ao Estado – principal promotor de harmonia social – criar um projeto de lei entregue à Câmara dos deputados, que vise inibir a discriminação causada as pessoas com sobrepeso no país, por meio de multas que favoreçam a vítima e conscientize o intolerante, com o objetivo de minimizar esse ato hostil, para que esses cidadãos tenham respeito e um lugar digno na sociedade. Em consonância, a Mídia, deve inserir maior representatividade e informações relevantes acerca da gordofobia, de modo a formar cidadãos mais tolerantes e conhecedores da realidade em que estão inseridos. Assim pode-se-á minimizar o impacto nocivo do preconceito da obesidade e sobrepeso no Brasil.