Entraves da educação a distância durante a paralisação escolar.

De acordo com o filósofo e sociólogo Émile Durkheim, a sociedade pode ser comparada com um “corpo biológico”, por ambos necessitarem de interação e igualdade entre todas as partes para se manterem saudáveis. No entanto, observou-se o contrário de uma comunidade saudável durante o período pandêmico, visto que muitos alunos não obtiveram acesso à educação e aos seus direitos em relação aos estudos. Nesse contexto, indiscutivelmente percebe-se que houve entraves da educação a distância durante a paralisação escolar, devido, não só à exclusão digital, mas também pela inércia do Estado.

Antes de tudo, é importante abordar o impacto da democratização aos ensinos durante a pandemia. A pobreza já é um dos fatores que contribuem para o fracasso na pedagogia. Dessa maneira, em um contexto sem escola, são os mais vulneráveis com menos oportunidades de aprendizagem em casa, visto que segundo pesquisas divulgadas pelo Comitê Gestor da Internet no Brasil em 2019, apontam que 58% dos domicílios no Brasil não possuem acesso a computadores e 33% não dispõem de internet. Portanto, observa-se que as aulas online contribuíram pouco para a comunidade, pois mais da metade das famílias não possuíam os equipamentos necessários para o aprendizado.

Além disso, cabe ressaltar a pouca ou nula ação do governo com o objetivo de reverter o cenário enfrentado como um dos fatores agravantes da problemática. Em concordância com o livro “Cidadania de papel”, escrito pelo autor Gilberto Dimenstein, é colocado em pauta a necessidade de investimentos nos estudos para diminuir problemas como o analfabetismo ou a restrição digital, por exemplo. Todavia, notou-se que os estudantes que não tinham condições financeiras para acompanhar as aulas através da Internet não receberam auxílio por parte da governança, causando uma discrepância em relação ao nível de estudos de cada indivíduo, falta de consolidação de conhecimentos básicos e consequentemente, atraso no calendário escolar, prejudicando tanto às escolas quanto os estudantes.

Desse modo, é evidente que houve uma defasagem escolar durante a pandemia, causado pela COVID-19. Sendo assim, faz-se necessário ao poder executivo, com intermédio do Ministério da Educação contribuírem com o combate à falta de conhecimentos por parte da população que frequenta instituições de ensino, por meio de investimentos em equipamentos materiais didáticos nas escolas, visando proporcionar melhores condições de trabalho e estudos aos professores e alunos.