Entraves da alfabetização digital na terceira idade

TEMA: Entraves da alfabetização digital na terceira idade(ENEM)

O Mito da Caverna, de Platão, narra a história de prisioneiros que passaram toda a sua vida numa caverna e tudo o que conheciam sobre o mundo era na verdade uma sombra da realidade. Saindo da ficção, percebe-se que, no  mundo contemporâneo, aqueles que não tem familiaridade com o mundo digital vive limitado, numa fração da realidade, como na caverna de Platão. A partir desse contexto, é fundamental analisar as dificuldades da alfabetização digital na terceira idade e as reverberações dessa problemática.

Observa-se, de início, que os idosos ao experimentar a tecnologia pela primeira vez em um eletrônico têm uma experiência totalmente diferente de tudo o que já viram, e por isso muitos compartilham o pensamento “não entendo nada sobre essa tecnologia, logo ela não foi feita para mim”. De acordo com Daniel Kahneman, Nobel da Economia, esse tipo de pensamento chama-se de viés da confirmação, no qual um indivíduo tem uma tese, nesse caso que a tecnologia não é para ele, e procura qualquer argumento, mesmo que não esteja relacionado com a tese para justificá-la. Ou seja, o primeiro entrave é a própria crença de muitos idosos.

É notório analisar, ainda, que há um número crescente de problemas psicológicos, como depressão em idosos, em aproximadamente 11% deles, segundo o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Isso acontece, dentre outros fatores, devido à solidão sentida por não ter familiares por perto, ou a companhia frequente de amigos. Em contrapartida, o artigo terceiro da Constituição Federal assegura o bem estar social, a tecnologia pelo seu poder de aproximar pessoas e transpassar fronteiras deve ser a ferramenta utilizada pelos idosos para ter seu direito assegurado e seus problemas psicológicos amenizados.

Nota-se, portanto, que a questão dos entraves da alfabetização digital na terceira idade deve ser combatida. Para isso, é imprescindível que o Ministério da Cidadania, por ter o papel de promover o desenvolvimento humano, junto com a Imprensa, crie programas na TV aberta, principal canal de informação dos idosos, que desmistifique mitos e orientem os idosos sobre os usos e vantagens dos eletrônicos, usando apresentadores mais velhos para gerar identificação, de maneira que a tecnologia seja introduzida de forma simples na realidade do idoso.