Ensino a distância no Brasil

Alguém pode dar nota?

Promulgada em 1988, a Constituição Federal estabelece que a educação deve ser garantida a todos, por intermédio do Estado, da família e da colaboração da sociedade. No entanto, com o incremento do Ensino a Distância (EAD) no Brasil, apesar de grandes avanços tecnológicos e facilidade de acesso a cursos institucionais, os brasileiros encontram adversidades recorrentes nesta modalidade remota. Diante disso, faz-se necessário analisar as dificuldades sociais como limitadora da inclusão estudantil e as consequências do distanciamento do ambiente escolar.

Em primeiro plano, vale salientar que questões remunerativas dificultam o acesso aos direitos básicos sociais, como a educação. De acordo com a Organização das Nações Unidas, o Brasil é oitavo país com o maior índice de adversidades econômicas, o que reflete diretamente no ensino nacional. Nesse sentido, devido a vulnerabilidade socioeconômica, muitos indivíduos possuem uma extrema dificuldade em acessar a educação a distância, uma vez que sua condição financeira não permite a compra de aparelhos tecnológicos e pacotes de internet. Logo, nota-se que a população carente não possui mecanismos necessários para o ensino remoto e que enquanto os recursos monetários forem limitados, a educação presencial será a única opção.

Ademais, vale tornar explícito que o modelo pedagógico longínquo interfere em uma qualidade importante da configuração educacional já existente, o convívio interpessoal. Nessa perspectiva, as instituições educacionais possuem um importante papel- proporcionar um ambiente que estimula o desenvolvimento social, criando hábitos e valores para o convívio em cidadania- . Em contrapartida, a instrução a distância não permite o contato direito com colegas e professores, não criando uma relação tão próxima que possibilitaria um aprendizado dinâmica e compartilhado pelos dois lados. Sob esse âmbito, é nítido que os estabelecimentos escolares são de suma importância para a formação intelectual e social humana.

Depreende-se, portanto, a necessidade de tomar medidas estratégicas para a implementação do EAD em território nacional. Logo, é dever do Tribunal de Contas da União direcionar capital para as Secretarias Estaduais de Educação para a criação de projetos voltados a comunidade carente, por meio da compra e distribuição de aparelhos eletrônicos e contratação de pacotes de internet – que serão difundidos através da implementação de programas que auxiliem a população de baixa renda- para que assim, os desafios acerca da educação não presencial possam resolvidos. Desse modo, será possível caminhar para um ensino acessível e qualificado nacionalmente.