{ENEM} A violência obstetrícia em questão no Brasil

Na série brasileira “Sob Pressão”, é retratado o cotidiano de médicos da Unidade de Saúde do Hospital Luís Carlos Macedo. Com a chegada dos pacientes, os profissionais lidam com a falta de infraestrutura da saúde pública brasileira. Fora da ficção, percebe-se os impactos negativos dessa dura realidade, já que é perceptível a questão da violência obstetrícia. Isso ocorre em razão da negligência estatal e da desinformação populacional.

Nesse sentido, é válido salientar que negligência estatal impede a construção de um parto seguro. De acordo com a Constituição de 1988, o Estado garante o direito ao bem-estar à gestante. Em contrapartida, essa garantia não é efetivada na prática, tendo em vista que, ao observar os hospitais públicos, nota-se que muitas mulheres não são bem atendidas. Tal contexto é comprovado por uma denúncia noticiada pelo portal R7 , de grávidas que sofriam com a indisponibilidade de leitos e com a postura irresponsável de alguns profissionais que negavam o atendimento médico. Desse modo, constata-se que sem uma ação efetiva que promova segurança obstetrícia, as gestantes continuarão em situação de vulnerabilidade.

Outrossim, pontua-se que a educação influencia a temática. Segundo o filósofo inglês Francis Bacon, “Conhecimento é poder”. Nessa lógica, é notório que tal afirmação está associada à desinformação, uma vez que a pouca difusão de orientação sobre como a violência obstetrícia pode ser evitada tornou esse mal recorrente no país. Com base nisso, é evidente que ao carecer de projetos informativos, as instituições estatais não reconhecem esse problema como questão de saúde pública. Posto isso, verifica-se que essa visão não combate o sofrimento de muitas mães que continuam sofrendo com a violência mesmo após o parto e que chegam a desenvolver transtornos de depressão. Dessa maneira, fica claro que todo esse cenário desesperador poderia ter sido evitado, se houvesse uma rede de apoio às mulheres violentadas.

Portanto, urge o desenvolvimento de medidas que combatam a violência obstetrícia. Para que isso ocorra, o Ministério da Saúde, responsável pela promoção do bem-estar nacional, deve ampliar o atendimento às gestantes, por intermédio do aumento de leitos e da compra dos materiais necessários, além da contratação de mais médicos capacitados, com o fito de fornecer maior segurança às pacientes. Ademais, o mesmo órgão, por meio de campanhas publicitárias, precisa desenvolver um projeto que instrua as gestantes acerca de como agir diante da violência. Feito isso, o cenário mostrado em “Sob Pressão” não fará parte do cotidiano da população.