ENEM 2022 – Desafios para a valorização de comunidades e povos tradicionais no Brasil

   O processo de Colonização Europeia desencadeou uma desconstrução de diversas culturas nativas, de modo a provocar a extinção e a desvalorização de milhares de povos. Visto isso, percebe-se que os maiores fatores que impedem a resolução desse cenário são a idealização do europeu e a ausência de representatividades legítimas quando retrata-se de populações tradicionais. Enfim, é necessário extinguir essas complicações para então reconhecer aqueles que contribuem para a diversidade brasileira.

   Primeiramente, é imprescindível discutir acerca da supervalorização europeia que ocorre dentro de diversos meios. Um exemplo disso é a atriz Marilyn Monroe, que, durante a década de 50, se tornou um dos maiores símbolos de beleza, enquanto qualquer outra mulher indígena ou cigana não chegou perto de alcançar esse título e popularidade, porque a Marilyn tinha traços extremamente europeus. Analogamente, hoje ainda há uma construção social que eleva características e tradições europeias acima de qualquer outra etnia, o que torna-se um padrão almejado pela maioria. Assim, há um favorecimento para o esquecimento de povos originários.

Ademais, entende-se que a mídia demonstra uma carência de figuras relevantes e complexas pertencentes a comunidades tradicionais. Tal fator é evidenciado em filmes, como Peter Pan, que introduz personagens nativo americanos, contudo, faz isso de modo simplista e estereotipado. Consequentemente, o longa-metragem provoca uma indiferença do público com esses sujeitos, de modo a impedirem eles de se tornarem personalidades queridas. Dessa forma, não surge um desejo de entender esses indivíduos devido a ideia de que não tem mais o que entender sobre eles, quando, na realidade, eles deveriam ser tão complexos quanto o Peter Pan.

Portanto, compreende-se que há fatores sutis na mídia que prejudicam a valorização dos povos originários. Em suma, o Ministério da Comunicação, responsável por gerir e regulamentar o setor de telecomunicações, deve vetar novas produções que transmitem a concepção estereotipada dessas comunidades, além de alertar sobre a problematização de conteúdos com caráter eurocêntrico, a fim de combater os preconceitos enfrentados pelas populações tradicionais. Isso deve ser feito por meio da inserção de leis e fiscalizações de imprensas e redes sociais. Desse modo, espera-se que a complicação possa ser solucionada.