(ENEM 2020) O estigma associado às doenças mentais na sociedade brasileira

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O preâmbulo da Constituição Federal, de 1988, reconhece o pluralismo – presente na sociedade brasileira- e condena atitudes preconceituosas. Entretanto, tem-se, no brasil, o crescente estigma relacionado às doenças mentais, ato o qual se torna extremamente danoso ao desenvolvimento social e, por isso, demanda a atuação mais decisiva de agentes estatais. Ademais, faz-se necessário abordar a questão da discriminação e da omissão estatal como aspectos que dificultam a superação da problemática.

Em primeiro lugar, vale ressaltar que a discriminação colabora com o problema em discussão. Sob essa perspectiva, o ato de discriminar um indivíduo por possuir algum tipo de patologia mental transmuta-se a uma violência, uma vez que essas pessoas são marginalizadas e julgadas incapazes de terem responsabilidade e controle de suas próprias vidas. Desse modo, Judith Butler, filósofa estadunidense, relata sobre a ética da violência: consiste na justificação de violências pautada na diferença de corpos. Dessa forma, é indubitável que a discriminação, associada às doenças mentais, ocorre em virtude do sentimento de superioridade de quem não possui esses tipos de doenças. Por conseguinte, o preconceito – referente às doenças mentais- deve ser reconsiderado e combatido, devido a sua prejudicialidade.

Outrossim, o Estado é omisso quando não investe em políticas assistencialistas e preventivas às pessoas com transtornos mentais. À vista disso, a falta de informes, relacionados a como diagnosticar e prevenir doenças mentais corrobora a recorrência de casos de patologias, como a depressão, na sociedade brasileira. Sob essa ótica, o artigo 3, inciso IV, da Carta Magna, diz que é obrigação fundamental do Estado promover o bem de todos. Dessa maneira, é notório que o Estado deixa de cumprir integralmente a sua função quando não assiste às pessoas com patologias mentais. Assim, o Estado contribui – inconstitucionalmente – com a manutenção dessa realidade social.

Evidenciam-se, portanto, os estigmas relativos às doenças mentais e reafirma-se a necessidade de ações governamentais. Sendo assim, cabe ao Ministério da Educação investir na quebra de discriminações de pessoas com doenças mentais, por meio de um projeto interdisciplinar – que será obrigatório em todo o sistema educacional- que visará ensinar a como lidar com pessoas que são acometidas por essas patologias, a fim de diminuir os preconceitos sofridos por portadores de doenças mentais. Além disso, compete ao Governo Federal, em parceria com a Grande Mídia, divulgar dados de prevenção e tratamento de patologias mentais, por intermédio de propagandas televisivas – que atingirão uma maior parcela da população e não se restringirão a determinados públicos-, com o fito de mitigar a questão da omissão estatal. Destarte, será possível construir uma sociedade que respeite a pluralidade, promover uma melhoria de vida às pessoas que sofrem com doenças mentais e erradicar o preconceito, assim como diz o preâmbulo da Carta Magna.

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2 Correções

  1. Competência 1- Demonstrar domínio da norma da língua escrita: 180/200
    Competência 2- Compreender a proposta de redação e aplicar conceitos das várias áreas de conhecimento para desenvolver o tema, dentro dos limites estruturais do texto dissertativo-argumentativo: 200/200
    Competência 3- Selecionar, relacionar, organizar e interpretar informações, fatos, opiniões e argumentos em defesa de um ponto de vista: 200/200
    Competência 4- Demonstrar conhecimento dos mecanismos linguísticos necessários para a construção da argumentação: 200/200
    Competência 5- Elaborar proposta de intervenção para o problema abordado, respeitando os direitos humanos: 160/200
    Nota final: 940

    Comentário: quase te dou 200 na primeira comp., mas há alguns erros no uso de travessão, repetidos, por sinal. Ademais, a competência 5 não está completa, pois não apresenta o “como”. Fora isso, seu texto está excelente, adorei muit9!

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  2. C1 – Demonstra domínio mediano da modalidade escrita formal da língua portuguesa e de escolha de registro, com alguns desvios gramaticais e de convenções da escrita.

    C2- Desenvolve o tema por meio de argumentação consistente, a partir de um repertório
    sociocultural produtivo, e apresenta excelente domínio do texto dissertativo argumentativo.

    C3- Apresenta informações, fatos e opiniões relacionados ao tema, de forma organizada,
    com indícios de autoria, em defesa de um ponto de vista

    C4 – Articula bem as partes do texto e apresenta repertório diversificado de recursos
    coesivos.

    C5 – Elabora muito bem proposta de intervenção, detalhada, relacionada ao tema e
    articulada à discussão desenvolvida no texto.

    C1 – 120
    C2 – 200
    C3 – 160
    C4- 160
    C5 – 180
    Total = 820

    Espero ter ajudado!

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