ENEM 2019 – Democratização do acesso ao cinema no Brasil

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O filósofo brasileiro Raimundo Teixeira, em 1889, adaptou o lema positivista “Ordem e Progresso” não só para a Bandeira Nacional, mas também para a nação que, no contexto hodierno, enfrenta significativos estorvos para o seu desenvolvimento. Lamentavelmente, entre eles, a falta do acesso democrático ao cinema representa uma antítese à máxima do símbolo pátrio, uma vez que resulta na desordem e no retrocesso do desenvolvimento social. Esse lastimável panorama é calcado na inoperância estatal e na alienação social.

De início, há de se constatar a débil ação do poder público enquanto mantenedora da problemática. Acerca disso, o filósofo Thomas Hobbes, no livro “Leviatã”, defende a incumbência do Estado em propiciar meios que auxiliem o progresso da coletividade. As autoridades, contudo, vão de encontro com a ideia de Hobbes, visto que possuem um papel inerte na inexistência da democratização do acesso ao ambiente cinematográfico. Esse cenário decorre do fato de que uma parcela dos representantes governamentais, ao se orientar por um viés individualista, negligencia a conservação de direitos sociais indispensáveis, como a criação de políticas públicas eficazes que visem garantir a entrada ao cinema principalmente para cidadãos que não conseguem pagar pelos ingressos de alto custo. Logo, é notório que a omissão do Estado perpetua a problemática no Brasil.

Ademais, uma grande parcela da população se mostra alienada. Em seguida, de acordo com o site Meio e Mensagem, 83% da população brasileira não frequenta o cinema. Partindo de tal pressuposto, percebe-se que a democratização do acesso à experiência cinematográfica encontra um forte alicerce na estagnação social. Essa situação ocorre porque, infelizmente, a sociedade não se movimenta em prol da erradicação dessa problemática, pelo contrário, ela adquire uma posição egocêntrica por não mensurar como a falta da entrada democrática ao cinema causa a impossibilidade de apreciar a arte cultural retratada nas telas. Portanto, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Fica evidente, portanto, a necessidade de garantir o acesso ao cinema para todos no Brasil. Destarte, o Governo Federal, responsável por administrar o povo e os interesses públicos, com o apoio da Agência Nacional do Cinema, a partir de medidas governamentais destinadas à pasta, deve disponibilizar benefícios financeiros sociais para cidadãos que não tenham como pagar a retirada de ingressos no cinema. Essa ação será realizada com o intuito de custear a experiência nesse ambiente cultural importante, para que também, a sociedade não naturalize a intolerância que a permeia. Dessa maneira, com a conjuntura de tais ações, os brasileiros verão a ordem e o progresso referidos na Bandeira Nacional.

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1 Correção

  1. Comp. 1: Não consegui identificar qualquer desvio do uso da norma padrão. Nota: 200

    Comp. 2: Acredito que você conseguiu compreender a proposta da redação, bem como foi capaz de aplicar conceitos de diversas áreas do conhecimento. Nota: 200.

    Comp. 3: Acredito que sua argumentação tenha ficado muito boa, porém no segundo parágrafo do desenvolvimento, a gente percebe que poderia ter sido melhor trabalhado a organização do sentido da argumentação em defesa do ponto de vista. Nota 180.

    Comp. 4: Assim como a competência anterior, acredito que foi bem trabalhado e quase completamente bem executado. Nota: 180.

    Comp. 5: Ao que se refere à construção de uma proposta de intervenção com (agente + descrição + ação + forma + reflexão), é possível identificar todos os quesitos no seu parágrafo. Nota: 200.

    Comp. 1: 200
    Comp. 2: 200
    Comp. 3: 180
    Comp. 4: 180
    Comp. 5: 200
    Nota: 960

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