A importância da educação financeira no combate à inadimplência do brasileiro

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O filósofo brasileiro Raimundo Teixeira, em 1889, adaptou o lema positivista “Ordem e Progresso” não só para a Bandeira Nacional, mas também para a nação que, no contexto hodierno, enfrenta significativos estorvos para o seu desenvolvimento. Entre eles, a falta da educação financeira no combate à inadimplência representa uma antítese à máxima do símbolo pátrio, uma vez que resulta na desordem e no retrocesso do desenvolvimento social. Esse lastimável panorama é calcado na inoperância estatal e na alienação social.

De início, há de se constatar a débil ação do poder público enquanto mantenedora da problemática. Acerca disso, Thomas Hobbes, no livro “Leviatã”, defende a incumbência do Estado em propiciar meios que auxiliem o progresso da coletividade. As autoridades, contudo, vão de encontro com a ideia de Hobbes, uma vez que possuem um papel inerte em relação à inexistência do aprendizado financeiro. Esse cenário decorre do fato de que uma parcela dos representantes governamentais, ao se orientar por um viés individualista, negligencia a conservação de direitos sociais indispensáveis, como a criação de políticas públicas eficazes que visem promover e garantir o acesso à educação financeira e providenciaria da população. Logo, é notório que a omissão do Estado perpetua a problemática no Brasil.

Ademais, uma grande parcela da população se apresenta alienada. O livro “Paradoxo da Moral”, foi escrito pelo musicólogo Vladimir Jankélévitch para exemplificar a cegueira ética do homem moderno, ou seja, a passividade das pessoas frente aos impasses enfrentados pelo próximo. De maneira análoga, percebe-se que a garantia do ensino financeiro como política pública no Brasil encontra um forte alicerce na estagnação social. Essa situação ocorre porque, infelizmente, a sociedade não se movimenta em prol da efetivação desse aprendizado, pelo contrário, ela adquire uma posição irresponsável por não mensurar como a inexperiência em lidar com o dinheiro contribui para a má administração do capital que advém da força de trabalho, oque causa endividamentos e problemas econômicos. À vista disso, é inadmissível que esse cenário continue a perdurar.

Depreende-se, deste modo, que é mister a atuação governamental na ausência da educação financeira no combate à inadimplência. Assim, cabe ao Governo Federal – responsável pela efetivação dos direitos constitucionais na sociedade –, por meio de campanhas públicas, oferecer cursos de formação financeira aos cidadãos a fim de possuírem conhecimento e condições para decidirem o que fazer com o seu dinheiro.

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  1. Competência 1:
    180 pontos — o domínio da modalidade escrita formal é bom, com poucos desvios;

    Competência 2:
    180 pontos — a argumentação é consistente, e a estrutura, bem-atendida;

    Competência 3:
    180 pontos — os argumentos são apresentados de forma organizada e em favor de um ponto de vista;

    Competência 4:
    180 pontos — a articulação é boa e realizada com um repertório diversificado de recursos coesivos;

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    180 pontos — a proposta é muito bem elaborada e articulada à discussão presente no texto.

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