Efeitos da disseminação das “Fake News” nas mídias sociais

O mito da caverna de Platão descreve a situação de pessoas que se recusavam a observar a verdade em virtude do medo de sair de sua zona de conforto. Fora da alusão, a realidade brasileira caracteriza-se com a mesma problemática no que diz respeito aos efeitos da disseminação das Fake News nas mídias sociais. Nesse sentido, percebe-se a configuração de um grave problema de contornos específicos, que emerge devido à conformidade das pessoas em sua zona de conforto e ao silenciamento do problema.

Em primeiro plano,é preciso salientar que uma das causas para a configuração do problema pode ser caracterizada pelo conceito de pós-verdade, que é brilhantemente definido pelo historiador e filósofo brasileiro, Leandro Karnal, onde pega-se para si e compartilha-se com os outros aquilo que lhe agrada e não tira da zona de conforto,sem pensar nas consequências ou veracidade das informações.

Nessa perspectiva,a noção de que “as pessoas são facilmente enganadas” não condiz com a realidade,uma vez que as pessoas usam notícias falsas para validar suas próprias opiniões, preferindo a razão ao invés da verdade. Logo, verifica-se uma lacuna no que diz respeito ao exercício do pensamento crítico na seletividade de informações, dificultando o combate à disseminação das Fake News.
Ademais,outra causa latente do problema é a falta de leis para o combate a disseminação das Fake News. Segundo Foucault, na sociedade pós-moderna,muitos temas são silenciados para que estruturas de poder sejam mantidas. Sob essa lógica, as notícias falsas têm sido usadas com objetivos políticos rendendo grandes benefícios em eleições, afetando a democracia e a sociedade como um todo ao manter no poder estruturas tão falsas quanto às notícias disseminadas.

   Portanto, uma intervenção faz-se necessária. Para isso, é preciso que o Poder Legislativo acelere o processo para vigorar a lei de combate à disseminação das Fake News, sendo que essa deverá aplicar-se tanto a empresas, como internautas. Além disso, é preciso que as escolas promovam espaços para rodas de conversa e debates sobre o problema em questão, sendo que esses deverão  contar com a presença de pessoas especialistas no assunto, bem como professores, para que então se desenvolva e exercite o pensamento crítico.A partir disso poderá se consolidar um Brasil melhor, livre da mazela da atualidade, chamada Fake News.